sexta-feira, 28 de junho de 2013

A RAZÃO DE TUDO



A minha poesia
Viajando no mundo
Levando meu grito mudo

A minha fantasia
Habitando nossa cama
Independente da fama

Na poesia solto
Meu grito sufocado
Em teu corpo soletro
Meu amor declarado.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

DESEJO



Miro teu lindo rosto
E beijo-te apaixonadamente
Como se estivesse te dando
O primeiro beijo
Do amor matinal.
E assim, cheio de desejo,
Admiro teu corpo por inteiro.
Quanto mais miro, mais amo...
A todo momento te quero, te chamo,
E vejo-te por todos os lados
Em que lanço o olhar.
E no desejo de todo apaixonado
Quero ser feliz e te amar
Como nunca fostes antes amada.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

ASSIM QUE TE CONHECI




Certa noite as estrelas ficaram mais brilhantes
A lua surgiu mais radiante
E houve o fim de todo açoite
Foi que nesta noite tive o prazer
De conhecer e admirar você

Aos poucos vi tudo se transformando
As flores mais belas, pássaros a cantar,
Sorridentes dias, noites sentimentais
Eu te beijei e não esqueci jamais
O momento se eternizou.

Assim surgiu em meu peito o amor!

E este amor cresce a cada dia
A todo instante meu pensamento é você
Tenho na vida tudo em harmonia
Longe de sua presença é impossível viver

terça-feira, 25 de junho de 2013

A FORÇA DO AMOR



Sempre estarei ao lado dos que sofrem
Mesmo que os ilustres não queiram me cumprimento
Mesmo que a fome seja meu alimento
No dia a dia das ilusões do mundo.
Não quero um mundo consumindo pedaços de vida,
É preciso a terra iluminada
Por estrelas que sejam guias daqueles que lutam.
Não desejo ser nenhuma destas estrelas
Meu desejo é contribuir com teus brilhos
E apagar do mapa as ilhas de riquezas e abundancia.
Em meio a continentes favelados.
Talvez seja, por meu ato, pelos céus condenado
( pelos ilustres magnatas tenho certeza que serei)
nada disso importa,
nem toda cantiga pode estar morta

Existe uma cantiga , a mais antiga, que continua viva
E está escondida,
Nosso único trabalho é encontrá-la dispersa-la
No meio dos pobres favelados, famintos, cansados
E veremos o milagre acontecer,
Todo o mundo se transformar:
Os continentes –favelas desaparecerão,
E surgirão, dos escombros dos tempos,
O novo mundo, o novo homem,
Na força consagradora do amor

segunda-feira, 24 de junho de 2013

NOV MESSE




Vou sentar no tempo e esperar
A vida passar nesta terra estranha
O homem de insignificância tamanha
Conta seus cifrões
Na luz solar do ouro
Nunca pensa na primazia do amar


Vou passear no tempo e esperar
O amor chegando no campo semeado
As flores e frutos pelos homens colhidos
Seja sinal da valorização humana
A lua dos sonhos iluminando o mundo
Em tudo seja primeiro o amor.

domingo, 23 de junho de 2013

SANGRANDO



Tenho as mãos ásperas feridas
Muitos obstáculos
A serem desfeitos
Em busca de teu olhar

São tantas pedras escondidas...

Consulto cartas, búzios, oráculos...
Lamentos e orações, nada tem efeito
Este coração só sabe te amar.

sábado, 22 de junho de 2013

CORRENTEZA




Um rio caudaloso
De lembranças
E lições
Corre para o mar.

Deste rio necessita
O agitado mar
Para se alimentar
E parir
Um céu de desejos
E incertezas
Que todos nós
Avidamente buscamos

Afinal a morte
Está logo ali
Para ser vivida
Com toda solidariedade
Que a ocasião
Requer.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

AMIZADE SINCERA



Para Teresa Saperas

Quem encontra um amigo
Encontra um deus
Que sabe reconstruir o mundo

E todos os fantasmas se vão
Deixando o silencio
Necessário para ouvir a canção.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

EU



Eu copio-me
Noite
E sigo criando
Dias
Que não existem

Realidade ou sonho
Ninguém saberá
Responder
Nunca sei
me descrever

sombra
durante o dia
desfaço-me
á noite
para renascer

existo
sem nunca
ter sido

terça-feira, 18 de junho de 2013

JANELAS


Sempre que abro a janela
A infância invade-me
Na peraltice
Do menino sem camisa e descalço.

A criança ocupa todo o espaço
Que há em meu peito
E num passe de mágica
O céu se colore de pipas
E não há mais arranha-céus.

Um campo aberto
se escancara
frente a minha visão
de felicidade

e há liberdade
tudo que vier à mente
brinquedos de pau e pedra
autoestradas nos barrancos
animais de barros
e sonhar
infinitamente sonhar.

É tarde
É preciso a janela fechar.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

EU, MAGNO ASSIS



Sou o não
Sou o sim
Sou a indefinição
Sou o inicio e o fim

Do inicio ao fim
Sou todo indecisão
Sou o sim
Sou o não

Metade sim?
Metade não?
Não! Não! Não!
Sou a mistura indecifrável
De tudo que há entre a terra e o céu.

domingo, 16 de junho de 2013

SE



Levei para longe os meus sonhos
E deixei que o vento soprasse poesia
Inspiração não veio
Nem mesmo o desejado dia

Se não há poesia
Não há sonho!

O homem bruto chegou lá
Tem casa, emprego, família
Mas falta a desejada alegria
É a vida um passar de horas
Com gosto salgado de derrotas
A certeza cheia de duvida
Que nunca houve sonhos
Nem respostas

Se não há sonho
Não há poesia!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

CRENÇA



Ao contrario de Raissa Maritain
Trago uma poesia pagã
Canto sofrido do amanhã
Nunca do eterno

Bem aventurado é aquele
Que traz tatuado na pela
O limite do homem
E a catástrofe final da vida

( por que perdes tempo
Clamando por seres imaginários
Enquanto a vida passa a galope
E o eterno dura apenas um segundo?)

Tenho fé nas palavras
Para bordar no mundo
Paz, alegria, decência
Na mestra voz da ciência

O templo do meu deus
Se localiza
Entre o nascimento e a morte.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

RÊS PARTIDA



Ela dorme tranquila
Enquanto eu leio estrelas
Não sabe que eu quero matar este silencio
Com mãos bocas sexo gozo

Na cama cada metade separada
A espera da palavra que faz o todo
Completo
Para o mundo explodir
Em luzes e cores
Indescritíveis

Ela dorme tranquila
Eu aprendo tudo
Da solidão
Em cama repartida

segunda-feira, 10 de junho de 2013

PLANTAÇÃO


Adoro plantar palavras
No tempo
E esperar florescer
E frutificar
E amanhecer
E colher poesia

Nem sempre é perfume
Há muitos espinhos no verso

Igual ciúme
Igual amor não correspondido
Igual a sexo interrompido
Há aqueles que não crescem
Por mais que você
Dê água e adubo

Durante todo o cultivo
Há muita dificuldade
Em separar o joio do trigo

Apesar das ervas daninhas
Apesar dos espinhos
Apesar das geadas
Eu continuo
A plantar palavras

domingo, 9 de junho de 2013

VELHAS LOUCURAS



Despi-me de toda ternura
Agora exalo somente as loucuras
Que o mundo adora glorificar.
Caminho apressado pelas ruas
Sem a certeza de um chegar.
Quase meio século de inutilidades
De sonhos irrealizáveis e futilidades.
Os sonhos estavam espalhados na areia
E o mar de vida já levou a todos
Nada resta que me incendeia
Ficaram apenas os castelos tolos
Que foram construídos ao vento
E vão desmoronando pouco a pouco
Pois construir no plano físico é fatal
Não se chega a lugar nenhum, não se torna especial
Nada fiz que valesse a pena
Pois a alma cada vez mais pequena
Foi perdendo o brilho e a fé
E tudo que restou
Uma casa que o tempo vai desgastando
E uma xícara suja de amargo café.

sábado, 8 de junho de 2013

LUCIDEZ





A dor da lucidez se insinua
Entre dois mundos que não escolhemos
Um, virtual, onde estão nossos profundos desejos
E o mundo real que mostra
A verdade nua e crua
Que sempre desejamos
Mas a estrada sempre termina
Antes de encontrá-lo
Velha sina de todo ser
Humano
Caminhar com olhos vendados
Buscando o paraíso
E encontrando, sempre, o purgatório

sexta-feira, 7 de junho de 2013

ÉTICA CRISTÃ




À vontade pode-se pecar, pode-se errar
Enquanto ver o tempo passar
E quando de tudo se cansar
É só erguer as mãos e pedir perdão
Que está limpo e livre o coração.
Que ética mais abominável esta cristã
Onde o erro não acarreta pena
Nem aqui nem nunca se pagará
Mesmo que os crimes sejam centenas.
Entrega-se a Jesus; pede perdão a boca pequena
E tudo se resolve num passe de mágica.

Isto nunca foi nem nunca será ética
Mas uma enganação de corpo e espírito
Se errei meu erro tem que ser pago
E não escapar por um simples pedido
Ética é nenhum erro achar abrigo
E se achar não pode ser esquecido.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

COMPANHEIRA



As palavras se intercalam
Com os sons
Para tentar descrever
Seus dons
Que fazem da minha estrada
Pura aventura
Que não há maior prazer
Ao teu lado desfrutar a vida

Busco palavras no dicionário
Pois sei que meu vocabulário
É tão pobre
Para descrever tamanha riqueza
Porém
Meu olhar inventa
Substantivos, verbos, adjetivos
Para nomear teu ser
Atingindo os objetivos
Que com palavras não se sustenta

O teu olhar
Doce, sincero, sereno
Faz do meu linguajar
Um mundo pequeno
E do meu sonhar
Uma realidade infinda.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

POESIA REAL




O poeta coloca no papel
Com penas sangrando
O inferno e o céu
Que a existência vai ditando
Toda poesia que aparece
É a vida quem escreve
A mais lagrimosa dor
Ou uma sorridente alegria
A esperança ou olhar desanimador
O breu da noite ou a clareza do dia
Os espinhos que causa furor
O perfume das flores em harmonia
O sonho que para trás ficou
O horizonte que o futuro avista
A musica que faz a alma abrir em flor
Ou que faz com a saudade eterna parceria
E a dança de felicidade ou decepção
É uma mesma moeda dividida
Que a vida vai transformando em versos
Criando em nossa volta a realidade
Na poesia do sim e do não
Abraçando-nos em particulares universos.

terça-feira, 4 de junho de 2013

CORES, PERFUMES E ESPINHOS




Difícil não é colher a rosa
Quase impossível é evitar os espinhos.
Polvilhar de pétalas os caminhos
Essência da vida acolhedora e poderosa

A existência um rumo só não segue
Há sempre obstáculos nos jardins
Todos os sonhos têm seus fins
No horizonte que a alma persegue

Não vale falar das regalias
De quem vive a bater continência
Há riscos de longa noite após breves dias
Quando o olhar clamar por decência.

No término de longas horas
O coração chora entristecido
O perfume foi há muito perdido
Os espinhos são tudo que restou das rosas.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

UNIVERSO AO MEU REDOR



Meu mundo gravita
Em torno da torre e do sino
Minha orbita passa
Pela praça Ana Angélica.
Você, meu sol, nunca aparece
E meu finito universo
Fica inacessível como miragem.
É meu pesadelo o destino
De uma constelação sem sol ou luar
Meu mundo nunca muda
Sempre fica como um dia
Que entristece
Numa musica sem som sem verso

Meu mundo gravita
Em busca da orbita necessária
Para ser banhado por um sol
Que seja a sua semelhante imagem

Meu mundo é um pária
Sem destino
Sem samba
Sem futebol.