quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

CIDADEZINHA NATAL



Na cidadezinha a rua
Passeia calma pelo dia
Enquanto as janelas veem
A vida passar
Numa palidez de inacabável inverno
Raros são os sorrisos
Os abraços
As declarações de amor
Rostos gastos
E impassíveis
Espelhando as centenárias pedras
Que cobrem as calçadas
Comungam a mesma lentidão
Dos gestos e no agir
E as noites
Mais adormecidas
Que no restante do mundo
Nos levam a crer
Que todos somos divinamente eternos
E não infinitamente finitos


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