quinta-feira, 18 de abril de 2013

AQUELA INFÂNCIA



Aquela casa não existe mais
Ninguém mais verá
Suas paredes, pintadas de nuvens,
Pau a pique
Seus esteios pintados de céu
Seu piso de tabuas rústicas
E terra batida
E o fogão de lenha sempre acesso
Tudo muito limpo e bem cuidado.
Essa casa não existe mais!

O menino louro não existe mais!
Descalço, andar trôpego, sem camisa
Livre como qualquer bicho do mato
Esse menino que não conhecia
Preocupações, presente, futuro
Só os brinquedos rústicos
Feitos de latas de sardinhas
Retróses e muita imaginação.
Esse menino não existe mais !

Mesmo não existindo mais
Esse menino ainda visita
Essa casa
E nesses momentos, nos olhos do adulto,
Desce uma cachoeira
Como se fosse a cachoeira do Caxambu
Tanta água não afoga as magoas
Deixa-as mais vivas e presente
Com um olhar perdido
No passado
Tão distante
E presentemente perto

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