Há restos de
flores no chão.
A vida passa em
lenta procissão
sem cantigas de
fé e exaltação.
Há restos de
flores no ar.
O perfume do
olhar enlouquecido
se perde no
tempo, esquecido.
Há restos de
flores nos cemitérios.
O meu funeral
sem amigos
confina, no
escuros, meus abrigos.
Há restos de
flores nas bocas.
As minhas
palavras loucas
retratam as
felicidades poucas.
Há restos de
flores no mundo.
E cada
habitante deseja sua parte
sem conhecer os
sonhos e a arte.
Eu, em meu
canto sem luar,
sinto as cores
fugindo ao vento.
Tento agarrá-las. Tem
derrotas meu intento.
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