domingo, 16 de agosto de 2015

MINHA VELHA CIDADE



                        para José Anastácio de Assis

Só os velhos exploram tuas casas
agora
o tempo passa lentamente
nos bancos da Praça Ana Angélica
entre jogos e conversas
habitam o silêncio e a paz
em cada esquina abandonada
de tuas ruas hospitaleiras
desapropriadas de tuas pedras centenárias.
O velho Piracicaba
não é mais o mesmo rio vivo
que Antônio Dias de Oliveira desbravou
em busca de riquezas e fama
adormecendo eternamente
em tuas margens.
Já não dizem nada as imagens
pintadas no teto da Igreja de Nossa Senhora de
                                                          Nazaré
onde a solidão estendeu teu domínio.
 Os jovens te abandonaram
em busca de sobrevivência
deixando-te morrer
em lamentos ao progresso
que nunca lembrou deste recanto das Gerais.
Somente na mente do poeta
vives ainda teus dias de festa.
Esse poeta que deseja envelhecer
em teus becos e abraços
e em tuas serras adormecer

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