segunda-feira, 11 de agosto de 2014

CAMINHOS INCERTOS


    I



Os passos na estrada
destino incerto
desenrolando velhos novelos de lã.


A fala censurada
construindo deserto
compartilhando incertezas com amanhã.


O medo que a palavra
não seja escutada
não fazendo o futuro e sim um muro.


Lapidando diamantes em velha lavra
a canção encantada
vai ditando os passos no escuro.


Os passos na estrada
caminho incerto
destino de velhos novelos de lã.


    II


O sonho desintegra o mundo.
Sonhar é assim
como sangrar,
morrer  e viver,
Sonhar é deserto e jardim
combinação de enlouquecer.
O sonho nunca revela
o mundo.
A beleza desejada
está sempre ao lado
e nunca é alcançada.
O sonho é desejo e paixão
sem limite e sem fim.
Os braços de quem desejo
são apenas os braços do sonho
nunca os braços de quem abraço
e beijo.
O sonho reintegra o mundo.

    III


Se eu fechasse a porta
para a saudade não entrar
de nada adiantaria:
meu coração não importa
com o sofrer do amar.


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Solitário vai, noite e dia
percorrendo as avenidas
desejoso em destruir as ilusões
e encontrar vidas
não reconhecendo minhas ações
no desejo de paz e felicidade


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Mesmo que venha a saudade
ele está sempre a caminhar
seu destino é, na verdade,

amar, sofrer...  sofrer, amar ...

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