Sou
mais que um simples grito
na solidão. Não o vazio
do deserto
sem oásis, mas a verdade da cama
nua, sem a presença de
quem se ama.
Sou
mais que o sol na noite
escura e a lua no claro
do dia.
Um pedido de socorro no
açoite,
nos ossos do ofício da
rebeldia.
Sou
o pássaro vivo vivendo
o presente. Chama
incendiando
corpo e alma. No fogo se
consumindo
de amor, vou nas horas
mendigando.
Sou tudo isto na fonte
declarada.
Água poluída que desce o
precipício
procurando a pureza do
mar, não encontrado.
Sou mais que tudo. Sou o
Vazio, sou o Nada.
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