sexta-feira, 5 de julho de 2013

ESTILO


Não posso mais dizer poemas de louvores.
Fui corroído pelas dores
Todos esses horrores
Que enegrecem o mundo.

Fui jogado na sarjeta
Em desespero e dor
Ver o povo trabalhador
Passar fome e frio
Sem teto
nem mesmo em palafitas –
enquanto os parasitas
festejam com banquetes
nos palacetes

meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!
Que palavras posso assim dizer?
Queria fazer um poema falando de flores
Minhas mãos não atendem meu desejo
Ela chora noite e dia
lágrimas e versos-
em sintonia com os pobres mendigos
que no mundo só conhecem o açoite.



Não, não me peçam um poema lírico byroniano.
Mesmo amando e estando apaixonado
Tenho de dizer a verdade
a mais triste –
é a nossa crua realidade
até que o trabalhador
de qualquer raça e cor –
seja um povo liberto.

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