terça-feira, 2 de julho de 2013

A CIDADE E SEUS HOMENS



A cidade acorda
O dia ainda briga com a noite
Começam as horas de alegria e açoite
Homens-formigas que vêm e vão
Pelos caminhos rotineiros
Solitários, preocupados, companheiros,
Sempre à procura do pão diário.

Um bom dia ali, um olá de lá
No primeiro boteco uma cachaça antes do batente,
Rostos tristes se fazem passar por contentes
À mostra estão a marcas das preocupações .
É o pão de cada dia, a educação do filhos,
O aluguel, a água, energia elétrica, taxa de lixo, gás
Imposto disto e imposto daquilo,
Preocupações continuas e intermináveis.
Rádios gritam as notícias.
Máquinas apitam seus movimentos.
Homens robôs e seus forçados pensamentos
Fazem a rotina continuar.


Prédios se levantam, casas se derrubam,
Estradas e ruas se asfaltam,
Casebres que surgem nas favelas,
Pontes que dividem populações
Ruas cortando corações
Num eterno e constante formigar.


Os partidos dividindo multidões,
Consciências divididas por ideologias.
Misérias e luxo batendo às portas,
Fome de fome chegando nos fogões,
Fim de sonhos, a realidade é nua
E alimenta suas maldiçoes.

A poluição sufoca seres já sufocados,
O padre prega sua mentira de cada dia,
O pastor vende em leilão sua santa mercadoria,
A falta de espaço fabricando a especulação imobiliária
A policia defendendo seus ladrões e prendendo inocentes,
O político pregando suas falsas e velhas promessas
E as discriminações continuam ditando velhos ditados


Nas filas a experiência espera
Numa espera de não-se-sabe-o-quê
A cidade continua sua rotina
A cidade acorda
E seus homens continuam dormindo
Seus sonhos de mentes entorpecidas.

A Cidade dorme...

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