quinta-feira, 30 de agosto de 2012
CLAMORES
Meu coração clama por amor/
Ter em teu céu uma estrela/
Que possa abrir a janela/
Para um sol irradiar calor/
Meu coração clama por um olhar/
Especial que sem falsidade diz/
“vem me amar, me fazer feliz”/
todo receio do peito vai calar/
e nos braços deste amor/
ver as tardes chegar/
em cada gesto um poema/
um aplauso em cada luar/
em Bagaçadas
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
DESILUSÃO
É chegado o momento de dizer/
Fim! Não há outra ambição/
Nada existe sem ternura/
Não há vida sem você/
Nem infinito e constelação/
A enfeitar minha literatura/
Agora é hora do “não ser”/
Em braços sem ilusão/
Em sonhos sem aventura/
O que posso assim fazer/
Se não cavar no chão/
Funda e silenciosa sepultura?/
EM BAGAÇADAS
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
A CAMINHO DO PARAÍSO
Sempre tive/
Mil beijos/
Guardados para você/
Mas foi preciso/
Adormecer/
E sonhar/
Nas estrelas/
Por onde estive/
Brilharam desejos/
Em diversas aquarelas/
Ao acordar/
Vi que os lábios seus/
Tinham secado o mar/
E fui dizendo adeus/
A caminho do paraíso/
em BAGAÇADAS
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
ILUSIONISMO
Todo desejo/
Talvez não passe/
De uma ilusão./
O barco, o mar,/
O azul do horizonte/
Nada existe de verdade./
Até mesmo o beijo/
Que me deixou em transe/
E fez da vida furacão/
Puríssima ilusão!/
Eu, você,/
Homens e animais/
Não, não existimos./
Assim como a paz/
Sempre procurada/
Eternamente desejada/
Está agora batendo/
Suas brancas asas/
A procurar no infinito,/
Um planeta domicilio/
Também nossos destinos/
Batem asas incansáveis/
E nunca deixamos de ser/
Sonhadores meninos/
Tentando reencontrar/
Seus abandonados ninhos./
em Bagaçadas
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
FANTASMAS DA OUTRA SALA
Eu que sobrevivo
Entre a fuga e a procura
Não posso desprezar a noite
Oh, não! Oh, não!
Laço a beleza das estrelas
Para meu infinito particular
Dos mistérios faço janelas
Para espiar inferno e céu
E ainda sonhar
Nunca foi possível
A sobrevivência
- mesmo no fundo do poço -
sem uma fresta aberta
aos fantasmas
que povoam os sonhos
em Bagaçadas
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
SÉCULO XXI
O mundo de progressos me assusta,
tanta miséria do caminho afora.
Fico incrédulo. Penso aqui e agora
luta homem versus natureza é injusta.
Sim ! Acabará a vida sem demora.
Verde com máquinas nunca se ajusta.
A criação de Deus não é mais augusta
loucuras mil cometidas a toda hora.
Tantos esqueletos famintos na sarjeta
tantos desertos se formando no planeta.
Tantas guerras! E a paz, que a vida namora,
Cansada, desista de lutar pela vida e vá embora.
A competição pelo ouro é tão louca,
a esperança de salvação é tão pouca.
Amanhã talvez não haja mais aurora...
Amanhã talvez não haja mais história...
em Baladas do Silêncio
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
A FORÇA DO AMOR
SEMPRE ESTAREI AO LADO DOS QUE SOFREM
Mesmo
que os ilustres não queiram meu
Cumprimento
Mesmo
que a fome seja meu alimento
No
dia a dia das ilusões do mundo.
Não
quero um mundo consumindo pedaços
De
vida,
É
preciso a terra iluminada
Por
estrelas que sejam guias daqueles que lutam.
Não
desejo ser nenhuma destas estrelas
Meu
desejo é contribuir com teus brilhos
E
apagar do mapa as ilhas de riquezas e
Abundancia.
Em
meio a continentes favelados.
Talvez
seja, por meu ato, pelos céus condenado
(
pelos ilustres magnatas tenho certeza que serei)
nada
disso importa,
nem
toda cantiga pode estar morta.
Existe
uma cantiga , a mais antiga, que continua
Viva
E
está escondida,
Nosso
único trabalho é encontra-la e
Dispersa-la
No
meio dos pobres favelados, famintos, cansados
E
veremos o milagre acontecer,
Todo
o mundo se transformar:
Os
continentes –favelas desaparecerão,
E
surgirão, dos escombros dos tempos,
O
novo mundo, o novo homem,
Na
força consagradora do amor
em As Veias Abertas da Saudade
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
SEMPRE O MESMO TEMA
Todos
os poetas se dizem solitários
Como
cães perdidos na estrada
Alguns
até morreram de solidão
Outros
não tiveram a quem pedir perdão
Por
seus poemas universalmente pessimistas
E
desnecessários
Por
isso não me iludo
Nunca
chegarei à consagração
Sempre
tenho um papel em branco
Acompanhando
o nascer de nova criatura
Um
poema falando de solidão
em Outras Faces
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
UM PASSO APENAS NÃO É O BASTANTE
Caiu
o muro de Berlim.
Então
porque há sobre mim
Este
peso da opressão
A
fatal rotina de prisão
A
tortura conseqüente da tirania
A
noite que não termina em dia ?
Caiu
o muro de Berlim
Mas
a utopia não floresceu no jardim.
sábado, 11 de agosto de 2012
EXISTIR
Há
momentos que o amor
Vai
além da imaginação
Há
momentos que o sexo
Vai
além da inocente sedução
Transformo-me
nestes momentos
Retorno
selvagem leão
Que
a muito não se acasala
Nossos
corpos se fundem
Paraíso
arco-irisado de esmeralda e opala
E
nos caminhos do prazer
Animalescamente
ativo
Sinto-me
feliz
E
vivo
em Outras Faces
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
MORDAÇA
Não
escrevo poesias, epístolas
Cansei-me
de minhas palavras tolas
Nada
vale as lágrimas escabrosas
Na
tentativa de só colher rosas
É
tudo muito sombrio e tenso
Em
nada mais fixo ou penso
Querer
falar em amor e paz
Os
sonhos que não chegam mais
Desejar
tudo simples, nada complexo
O
fim dos discursos sem nexo
É
sonhar demais, poeta ser
Nos
labirintos do mundo se perder
Os
lamentos se tornam vagos
Não
encontrando portos e abrigos
Ser
poeta não quero mais
Calar
para sempre meus ais.
em Outras Faces
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
FRANCISCO
O
condor voa alto
O
teu céu a procurar
Sem
pressa ou lamento
Mas
teu céu onde está?
O
teu céu se chama Rafhael
E
está a velar
Tua
imagem no papel
A
primavera aí está
E
o cravo certamente
Irá
crescer, desabrochar
Alcançando
novo horizonte
Para
que ele possa num luar
Lá
do alto admirar
Sempre
velar, somente velar
E
o sonho se desfaz
Numa
inerte e fria lapide
Busca-se
a paz
Que
nem o tempo trará
Resta-nos,
ainda que seja tarde,
O
silêncio da lembrança
E
o grito dolorido da não presença
O
condor, ao ninho, não mais retornará.
em Outras Faces
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
QUERÊNCIA
Quero
a paixão
Cem
por cento louca
Mostrando
sexo e razão
Trago
a mente na boca
A
minha masmorra
É
intransponível. Sempre o fim
Puro
mistério feudal
No
silêncio dos vivos escorra
Trazendo
segredos ao jardim
E
sem definir se é real
Desabrocha
ao sol o beijo
Que
nunca dei, mas desejo
Quero
assim a paixão
Desvairadamente
louca
A
matar labirintos
E
no céu de tua boca
Encontrar
meus infinitos
Muito
além da canção
em Outras Faces
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
ATEÍSMO COLORIDO
Todo
meu semblante
Desfaz-se
e se refaz
Na
silenciosa paz
De
quando estás presente
Toda
minha alma
Inflama-se
de sorrisos
Em
teus olhares indecisos
No
calor de nossa cama
Todo
o mundo meu
Transforma-se
em jardim
Assim
que chega ao fim
A
minha solidão de ateu
Sou
um ateu que acredita
Fielmente
em teu amor
Que
exclamo com fervor
Ó
deusa do amor, és bendita!
em Outras Faces
sábado, 4 de agosto de 2012
VIA LÁCTEA
Por
mais que eu tente
Fugir
de teu campo magnético
Sair
de tua órbita
Não
consigo ser
Meu
próprio sol
Estou
cego em vê-la
Estrela
Estrela
Dalva
De
minhas manhãs
De
minhas tardes
De
minhas noites
Sempre
alva
Luminosidade
de luz
Que
brilha
Na
trilha
De
minhas fantasias
em Outras Faces
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
CHICO XAVIER
Seu
nome se espalha pela terra
Espelhando
amor e bondade
Sua
luz refaz toda a esfera
Do
cristianismo, à base da caridade
Irmão,
que tem a vida dedicada
A
todas as almas necessitadas
E
os espíritos a guia-lo do além
Ao
florido e eterno Caminho do bem
Nem
a idade física consegue parar
Suas
mãos calejadas de carinhos
Sua
vida foi sempre o doar
Mostrando
a nós o iluminado caminho
A
debilidade do corpo não é motivo
Para
a alma deixar de crescer
Pois
enquanto se caminha, estando vivo,
É
necessário, ao Pai, a vida agradecer
E
agradecendo encontra-se a esperança
Que
o amanhã será de bonança
E
Uberaba se torna farol do mundo
Para
aqueles que buscam o amor fecundo.
em Outras Faces
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