quarta-feira, 27 de setembro de 2017


RÊS PARTIDA








Ela dorme tranqüila

Enquanto eu leio estrelas

Não sabe que eu quero matar este silencio

Com mãos bocas sexo gozo



Na cama cada metade separada

A espera da palavra que faz o todo

Completo

Para o mundo explodir

Em luzes e cores

Indescritíveis



Ela dorme tranqüila

Eu aprendo tudo

Da solidão

Em cama repartida
                            magno Assis

domingo, 24 de setembro de 2017

CRENÇA

Ao contrario de Raissa Maritain
Trago uma poesia pagã
Canto sofrido do amanhã
Nunca do eterno

Bem aventurado é aquele
Que traz tatuado na pele
O limite do homem
E a catástrofe final da vida

( por que perdes tempo
Clamando por seres imaginários
Enquanto a vida passa a galope
E o eterno dura apenas um segundo?)

Tenho fé nas palavras
Para bordar no mundo
Paz, alegria, decência
Na mestra voz da ciência

O templo do meu deus
Se localiza
Entre o nascimento e a morte.

            Magno Assis

domingo, 17 de setembro de 2017

EU, MAGNO ASSIS



Sou o não
Sou o sim
Sou a indefinição
Sou o inicio e o fim

Do inicio ao fim
Sou todo indecisão
Sou o sim
Sou o não

Metade sim?
Metade não?
Não! Não! Não!
Sou a mistura indecifrável
De tudo que há entre a terra e o céu.

                 Magno Assis

quinta-feira, 14 de setembro de 2017


.


   EU








Eu copio-me

Noite

E sigo criando

Dias

Que não existem



Realidade ou sonho

Ninguém saberá

Responder

Nunca sei

me descrever



sombra

durante o dia

desfaço-me

á noite

para renascer



existo

sem nunca

ter sido

                        JANELAS


Sempre que abro a janela

A infância invade-me

Na peraltice

Do menino sem camisa e descalço.



A criança ocupa todo o espaço

Que há em meu peito

E num passe de mágica

O céu se colore de pipas

E não há mais arranha-céus.



Um campo aberto

se escancara

frente a minha visão

de felicidade



e há liberdade

tudo que vier à mente

brinquedos de pau e pedra

auto-estradas nos barrancos

animais de barros

e sonhar

infinitamente sonhar.



É tarde

É preciso a janela fechar.

   EU








Eu copio-me

Noite

E sigo criando

Dias

Que não existem



Realidade ou sonho

Ninguém saberá

Responder

Nunca sei

me descrever



sombra

durante o dia

desfaço-me

á noite

para renascer



existo

sem nunca

ter sido

                        JANELAS


Sempre que abro a janela

A infância invade-me

Na peraltice

Do menino sem camisa e descalço.



A criança ocupa todo o espaço

Que há em meu peito

E num passe de mágica

O céu se colore de pipas

E não há mais arranha-céus.



Um campo aberto

se escancara

frente a minha visão

de felicidade



e há liberdade

tudo que vier à mente

brinquedos de pau e pedra

auto-estradas nos barrancos

animais de barros

e sonhar

infinitamente sonhar.



É tarde

É preciso a janela fechar.

  



terça-feira, 12 de setembro de 2017

AS VEIAS ABERTAS DA SAUDADE


Quase vida
E o mar morto como destino
Trazendo no leito sementes
De erosões e chagas
Reabertas
Para trás águas passadas
Que não renovam
Esperanças
Apenas lançam
Respingos de sangue
Na face
A escorrer alma adentro
Até atingir os sonhos
Rasgando todo esquecimento
Deixando abertas
Negras realidades.

             Magno Assis

domingo, 10 de setembro de 2017




   AMIZADE SINCERA








Quem encontra um amigo

Encontra um deus

Que sabe reconstruir o mundo



E todos os fantasmas se vão

Deixando o silencio

Necessário para ouvir a canção.

































                     ACRÓSTICO








Magno, que queres da vida?

As rosas também tem espinhos

Governa o mundo o bem e o mal

Não condenes a estrada escolhida

Olhes para frente buscando novos caminhos

domingo, 3 de setembro de 2017


              CORRENTEZA






Um rio caudaloso

De lembranças

E lições

Corre para o mar.



Deste rio necessita

O agitado mar

Para se alimentar

E parir

Um céu de desejos

E incertezas

Que todos nós

Avidamente buscamos



Afinal a morte

Está logo ali

Para ser vivida

Com toda solidariedade

Que a ocasião

Requer.
              Magno Assis