Meus ouvidos se cansam
De tantas palavras
E as mãos, sempre cruzadas,
Nada constroem.
E palavras, somente palavras,
Não farão do deserto
Um jardim
Onde o céu se faça presente.
Meus ouvidos se cansam
De tantas palavras
E os sonhos que desejamos
Realizar
Tornam-se letras mortas
Filosofia de um tempo passado
Que o mundo já esqueceu.
A beleza que desejamos
Não se fará concreta
E eterna como anseia
Toda alma
Meus ouvidos se cansam
De tantas palavras
E todo meu ser se cansa
Do mundo ordinário
E seus pastores de lobos
Que afugentam as ovelhas
Para o mundo esquecido
Do seu próprio interior.
A beleza que desejamos
Não se fará eterna
Como anseia
Toda alma concreta.
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