sábado, 29 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
POEMA AO MAR
Corro
o mar e velas afago
tentativas
de ser nunca um náufrago.
O
sal me leva à deriva.
Nado
! Nadador das horas,
nadador
de tempos esmos.
Quero
uma onda forte batendo
no
peito salgado da labuta.
Os
barcos velejam suas lutas,
pescam
seus dias
e
muitos, por acidente, deixam
escapar
a noite.
E as lágrimas das viúvas
enche
o mar.
O
barqueiro que fica
acalma
a ira do mar.
A
areia branca da praia
nunca
atende o chamado.
Um
pranto aberto na imensidão
das
águas.
Corro
o mar, em velas afago solidões.
Sem
pescado volta o barco vazio.
Foi
fisgado pelo mar
pescador.
Homens
pescando peixes,
mar
pescando homens.
E
a cortina desce na boca da noite.
Todo
mistério se esconde
nas
profundezas inexploradas.
Açoites
águas
salgadas e suas imensidões.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
POEMA DO RENASCER
I
Tudo
verde, a vida chegou !
Esperanças.
A liberdade dos horizontes
invadindo
as estradas. A escondida fonte
de
águas claras lavando toda dor.
Os
sonhos se banham no amanhecer
na
espera de um florido anoitecer.
II
Vim aqui fazer um universo
e
tudo acabou-se num verso.
III
Nunca consumir em chamas o mar !
Não
desejo o deserto. Quero
a
beleza da natureza a amar.
IV
Chamar
os sonhos de volta.
Recomeçar.
Não como uma revolta.
Reconstruir
a ruína tijolo por tijolo
usando
os versos como argamassa.
Os
sonhos não podem ser remendados,
não
são colchas de retalhos.
É
preciso descartar os pedaços
e
do chão, com o nada,
recomeçar
com fé a caminhada.
V
Vim aqui fazer um verso
e
refiz, no silêncio, meu universo.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
FUTURO
O tempo
nunca diz tudo.
Sempre
é preciso
reler
as horas
para
reencontrar o fio
partido
da História
que
ainda não aconteceu.
No momento
vamos
vamos
embora.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
UM DESTINO
No tempo
espalho minhas vozes.
Eterno
mar provocando ondas sentimentais.
Domingo
preguiçosamente missal.
O
vento vem e arrasta minhas vozes.
Em
lugares distantes tudo se torna fatal.
Quando
as desejo, não as ouço mais.
E sempre retorna o desejo
de
ouvi-las novamente !
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
NÓS
I
Não tenho
passado.
Você
insiste que lhe diga
minha vida
antes de você.
Só
posso lhe dizer
que minha vida
começou
quando lhe
conheci.
II
Vamos
viver o presente.
Meus
momentos estão inseridos
em teus momentos.
O amor fez de eu
e você
nós
Antes
do nós nada existiu.
No amor semeamos
a felicidade.
Vamos agora
colher cada grão
como viajantes
sedentos de pão.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
PEQUENA CANÇÃO DO MOMENTO
Agora
o
vento sacode a poeira
do sexo.
À noite
comemos os frutos
do ontem
e acordamos
na luz
do rio que nos
invade.
Agora
a alegria
é mais que
palavras
transformadas em
versos.
A música da
aurora
acompanha os sons
de Mozart
Nosso silêncio
descreve o poema
que o papel não
enxerga.
Agora
o amanhã
é mais belo
e multiplamente
mais perfumado
que a história da
flor
que desabrocha.
sábado, 15 de novembro de 2014
MAIS UMA VEZ
Meu
coração já tão sofrido
merece não mais
este castigo:
amar você e não
ser correspondido.
Ele navegou
tantos mares,
buscou amor em
tantos braços
e nunca o
encontrou.
Encontrou sim a
dor dos abandonados,
dos loucos
apaixonados solitários
que o inflige
sofrimentos vários.
E tanto castigo o
manchou de desespero.
No grande desejo
de encontrar abrigo
ele se perdeu
mais uma vez ...
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
MARIA
Eu
cego vou procurando
os raios do dia.
Encantos mil
relembrando
doces braços de Maria.
Foi
sonho, simples encanto
vê-la sorrindo, alegria.
Não deixa o
pensamento
doces
beijos de Maria.
Velejei
por mares tempestuosos
enfrentei tufão , ventania
procurando
abraços carinhosos
no porto calmo de Maria .
Amor
em cada palavra
e assim me iludia.
Na boca , igual
serpente
só tinha veneno, Maria.
Envenenou-me a
vida – assombração.
fazendo-a pura e longa agonia.
E meu coração,
que maldição!
continua amando Maria.
domingo, 9 de novembro de 2014
ANTES
Antes que
o sol nasça
trazendo
luz que ilumina
a vida;
Antes que
amanheça
um novo dia de
esperança;
No momento que a
estrela
brilhar
E no quarto,
entrar pela janela,
um furacão de
sonhos,
quero me perder
em teu mar
de amor e
felicidade.
E noite adentro
me abandonar
no prazer do amor
que habita nós
dois.
sábado, 8 de novembro de 2014
ANUNCIAÇÃO
Anuncio
sua chegada
como
quem anuncia
o próprio
nascimento.
Ansioso te
espero:
tenho pressa em
ser feliz.
Quero encontrar a
paz
nos braços do
sentimento.
Em
cada esquina um cartaz
dando-te boas
vindas.
Em meu coração
mil palavras
dizendo-te “sejas
bem vinda”.
Quero-te mulher, companheira,
amiga,
quero-te senhora
do meu destino.
Necessito de teu
abrigo
como necessita da
mãe todo menino.
Não
deixes que minha espera
seja longa.
Faças meu sonho
se transformar
em florida
primavera.
Eu te anunciarei
ao longo dos
tempos:
minha esperança
de renascer.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
POEMA DO CONSOLO
I
Não chores.
Em
minhas mãos negras de pecado
espelha-se o
amor.
Sou bandido e
herói,
constantes
palavras de esperança no
futuro.
II
Quero
elevar nossos sonhos
ao mais alto dos
firmamentos,
onde o sol do
querer
nos banhe a cada
segundo
e o luar do
prazer
seja nossa cama,
nosso mundo.
III
Não finjo
desejos.
As ilusões de
ontem
brilharão reais
amanhã.
Quem pode definir
o agora
é o amor.
A tristeza chega
na solidão,
no momento
seguinte vai embora.
O abraço não tem
hora.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
O SÉTIMO DIA
No sétimo
dia Deus descansou
E enquanto, satisfeito, Deus dormia
o homem,
sempre ambicioso, aproveitou
tomou
para si, de toda criação, a chefia.
Tardiamente
Deus descobriu, angustiado
por ter
criado o homem , não poderia
nunca ter
um minuto descansado
muito
menos todo o sétimo dia.
Depois de
muito matutar
enviou o
Filho para o erro reparar.
Maior
ainda foi sua decepção
ver seu
Filho morto na crucificação.
E o homem
, espertamente, criou a
religião
perpetuando
sobre os semelhantes a
escravidão.
Deus
resolveu então da humanidade
desistir.
E agora
apenas observa o homem,
escravo
da ganância e do ódio
toda sua
obra, aos poucos, destruir.
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