Há sempre dores
em toda parte, até fatais!
Eu também tenho
meus ais.
Há dores nos
incontáveis acampamentos
Nos sonhos de lavradores
por terra e alimentos.
Há dores nas
periferias e favelas
Nos roncos de
barrigas vazias como as panelas.
Há dores nos
partos e infâncias
Nos olhares tão
cheios de ausências.
Há dores no
nordeste que não quer calar
Nos semblantes
que quem é povo só na hora de votar.
Há dores na
miséria do Jequitinhonha
Na fome que
espreita e é tamanha.
Há dores no
povo, esquecido, em geral
Que clama o
partir do bolo, afinal.
Eu também tenho
meus ais
Por ser cristão
e pouco poder fazer
A não ser
gritar em brados colossais
Que Cristo ainda não
parou de sofrer.
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