segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

ELÓGIO NÚMERO 2



A humanidade vive da morte.
O grito das armas impõe
Silencio à sinfonia do amor.
Ouve-se clamores e gemidos
De mortos, feridos, oprimidos
E sussurros abafados dos poucos homens de bens.

E na sucessão de guerras
O calendário vai se avermelhando
De sangue e dor
E o poeta na labuta
Semeando jardins
Sem conseguir colher uma flor.

Nem Cristo, nem Budha, nem Maomé
Conseguiu muda
O animal que o homem é.
Nem o sorriso de uma criança
Traz hoje um resquício de esperança


Tudo que se deseja, tudo que se espera
É que o dia se finda
E o véu da escuridão vá chegando
Com a noite eterna cobrindo
A carcomida realidade.



Nenhum comentário:

Postar um comentário