SEM CONSEQUÊNCIAS
A escuridão sem fim não me
assusta
Ontem apaguei meu sol, destruí
minha lua
Meu caminho sem brilho é certeiro em cada estribilho
Ontem, antes mesmo de começar,
esqueci minha labuta
Posso fingir. Fingimento não me
anima.
De espinhos refiz minha cama
Minha existência é de lama
Contaminando meu sangue nas
horas vadias
Minha religião é pura heresia.
Ontem deixei que o vento levasse
o sim
Desflorando o hoje do meu jardim
Ontem consumi o mundo recheado
de hipocrisia
Nunca aprendi o lamentar
Deixo o tempo falar calando
minha vez
Não me assusto com a escuridão sem fim
Não me assusto com a escuridão
assim.
Magno Assis
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