Uma esperança
O Homem avança seu progresso
sem sabor de mel, leite e pão.
Sempre famintos, sentimos o regresso
nas mesas cheias de não.
Teimamos em sonhar o novo alimento:
buscamos a paz do lar que purifica.
O vazio, insistente, lança seu testamento
e a liberdade diariamente se mumifica.
Nossos castelos quebrados no passado
dita suas lições solitariamente.
Procuramos o futuro em cada sábado,
no domingo decorar novo horizonte.
Nossos semblantes de seres famintos
reflete a resignação dos alienados.
Sem perceber os obstáculos deixamos
quebrarem nossos gestos isolados.
Nossa fome é de palavras. Estamos isolados.
A tecnologia destruiu nossos meninos.
Ficaram no solo inúteis carcaças de adultos
sonhando ainda mudar seus destinos.
O homem avança seu regresso
nas mesas invadidas de não.
Firmes na luta, queremos o progresso
do bom sabor de mel, leite e pão.
Magno Assis
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