quinta-feira, 9 de junho de 2016


DESTINO




                    I

O que deveria ser

Vastidão verde

É sempre tão desértico

Como a tarde

E em sua eterna presença

Mal o sol brilha

A noite tudo enegrece

Mal que a alma padece

Não tem cura

Nunca haverá salvação!

Vai andarilho

Percorrer estradas sem fim

Amanhã não haverá ida

E o olhar perdido

Manchar-se-á

De nuvens e trovões

É Antonio Dias que desaparece

Da memória e fotografias

Para quem nasceu

Burro de carga

Assis morrerá

A porta para a felicidade

Nunca abrirá.





              II



A vida não me mostrará

Outros caminhos

Pelos quais trilhar

Diferentes horizontes

Fico a mirar

Mas nunca sei

Como lá chegar.



O meu viver se exilou

Numa terra de espinhos

Prisão difícil de escapar

Como seguir em frente

Se nunca sei onde pisar

Mesmo sem fé pelos cais orei

Nem deus pode me orientar



A vida não quer entregar

O direito de viver do sonhar.

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