I
A solidão a tudo domina.
Em volta a multidão
não reconhece meu coração
estar só é minha sina.
É sempre tudo igual
os dias, as noites, a vida.
Minha verdade escondida
é a solidão fatal.
Junto a outros também rio,
por dentro tenho o peito a chorar.
Mas como sigo quente e frio
vamos seguindo rumo ao mar.
Em cada passo a decepção,
em cada fala a traição;
em cada estrada ilusão;
em todos os passos solidão.
II
Ah, solidão
minha companheira
diária mente
invade-me
corpo, alma, coração.
Deixa-me
sem beira nem eira
sem horizonte
na pura ilusão.
Queria poder
dizer não
mas seus caminhos
tão cheio de espinhos
não traz querer
somente ilusão.
Magno Assis
29.06.2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
terça-feira, 28 de junho de 2016
MENINO
Pela rua deserta
Passeia o menino
E a lua
Companheira de destino
Outro astro desfigurado
Traz luz de outro alguém
Não vence nuvens
Não convence estradas.
Há outros mares
A serem navegados
As ilhas exploradas
Continuam mudas
Os arquipélagos inexplorados
São tantos
E o menino
Não construiu as pontes
Para o adulto explorar
Todas as ilhas e seus horizontes.
domingo, 26 de junho de 2016
RENDIÇÃO
Minha pena está calada
Da luta e da guerra está cansada
Sem horizontes, janelas, quintais
Anseia por um minuto de paz.
Calar-se, sempre é o morrer
Neste país do carnaval e futebol
Não faz abrir, para todos, o sol
Não traz a realização do querer.
Morrer. Morrer assim tão completamente
Que depois do coração parar
Nada, nada mais sobreviverá
Nem uma palavra
Um sonho
Uma vontade.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
DESPEDIDA
Minha capacidade de amar
Se foi
Com o seu olhar
Agora todas as esquinas
São iguais
E matam-me a paz.
A eterna sina
De não mais cantar
Sendo você
Todo meu querer
Quero aquele olhar
Em meu caminho
Iluminar
Todos os meus passos
Sejam rosas ou espinhos
E não continuar
Perdido no tempo e no espaço
sábado, 18 de junho de 2016
terça-feira, 14 de junho de 2016
A MORTE E MORTE DE FREI TITO
A tortura barbariza a carne
Mas as palavras dilaceram a alma
Como incontáveis punhais afiados
Em cortes profundos que fazem a mente
Se perder num labirinto sem saída
No terror diário a paz nunca encontrada
A voz do silêncio sussurra maldosas inverdades
A lucidez se fecha no esquecimento
Compartimento que não se abre
Nem com sete chaves.
Na solidão atormentada
Qualquer luz se apaga
Deixando uma tenebrosa morte eterna
O mal cruelmente implantado
Vai vencendo todas as resistências morais
Na forca enfim a liberdade
Tão docilmente acalentada.
domingo, 12 de junho de 2016
quinta-feira, 9 de junho de 2016
DESTINO
I
O que deveria ser
Vastidão verde
É sempre tão desértico
Como a tarde
E em sua eterna presença
Mal o sol brilha
A noite tudo enegrece
Mal que a alma padece
Não tem cura
Nunca haverá salvação!
Vai andarilho
Percorrer estradas sem fim
Amanhã não haverá ida
E o olhar perdido
Manchar-se-á
De nuvens e trovões
É Antonio Dias que desaparece
Da memória e fotografias
Para quem nasceu
Burro de carga
Assis morrerá
A porta para a felicidade
Nunca abrirá.
II
A vida não me mostrará
Outros caminhos
Pelos quais trilhar
Diferentes horizontes
Fico a mirar
Mas nunca sei
Como lá chegar.
O meu viver se exilou
Numa terra de espinhos
Prisão difícil de escapar
Como seguir em frente
Se nunca sei onde pisar
Mesmo sem fé pelos cais orei
Nem deus pode me orientar
A vida não quer entregar
O direito de viver do sonhar.
segunda-feira, 6 de junho de 2016
domingo, 5 de junho de 2016
CAI A LONA
Antônio Dias ficou
na lembrança
da infância
deixei os meu sonhos
no alto da montanha
e desde então
o desespero me acompanha
a minha vida
que o Rio Piracicaba levou
não sei para onde
agora, peregrino errante
não sei em que porto chegar.
Caminho já não há !!!
tudo vai se embaraçando
na retina do passado
tudo que restou
uma existência sem sabor
um palhaço desolado.
Assinar:
Postagens (Atom)