segunda-feira, 29 de junho de 2015

CONSTRUÇÃO



Quando a gente sonha
Enxerga-se um novo universo
Na trilha do sonhado verso
E por mais que seja tarde
A esperança sempre arde
Na chama que nos acompanha


Se se no sonho acredita
Faz-se mil e um planos
Para os vindouros anos
Crendo em sua realização
E no dia a dia o coração
Com fé e esperança grita


Para construir-se um novo ideal
Onde a justiça seja plena
E viver e amar valha a pena
Nada de sofismas loucos
Nada de desejos poucos

O querer espelha-se no real.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

PAIXÃO EM DOR MAIOR

 


Quem imagina uma paixão assim perdida
Esparramada nas palavras da declaração
Que nunca foi pronunciada.
Torna-se amor e obsessão
Amor não dito. Amor mais forte e opressivo
Que aperta o coração a todo instante
E procura no longínquo horizonte
Uma pálida luz de esperança


Quem imagina uma paixão assim vivida
Sabe que nunca é escolha própria
É furacão que chega e arremata
Que faz sonhar e sozinho falar
Que faz o olhar dia a dia definhar
Até se perder nos mistérios dos lunáticos
                                            apaixonados


Quem imagina uma paixão assim
Sabe porque sou poeta agora

                                   E sempre.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

HUMANAMENTE HERÓI


A estrada de Santa Cruz percorre
                   minha infância
corta-me em desejos de
                    conhecer horizontes
meus passos são verdes
                    como verde é meu olhar
recolho atalhos na conversa
                     dos adultos
sem saber que o amanhã
                     chega rapidamente
venço monstros  e dragões
                     com armas imaginárias
percorrer luas e planetas diferentes
                      a cada segundo
e assim salvar a musa desejada.

A estrada de Santa Cruz
                       corta minha infância
percorrendo os desejados caminhos
         os consagrados atalhos
                               dos sonhos
                                   de menino
até desaguar saudade
                        em meus passos

de hoje.

domingo, 21 de junho de 2015

ÊXTASE




 A flor das estrelas abre
Nossos sexos. Escrevemos
Primaveras na tábua
De nossas alianças.


A manhã esconde luares
Com promessas de atos
Claros e quentes. Quarto
Azul desperta desejos
Há muito já acordados.


Nos dividimos no solo
Dos frutos amadurecidos.
Um contrato não faz alvorecer
Na alma liberta. Sentido ter

Silêncio de todo querer.

sábado, 20 de junho de 2015

QUANDO CHEGA A SAUDADE


Sonhar um sonho ainda possível
Trazer a infância para o momento
Voar, voar para alem do visível
Recolhendo amor e outros sentimentos
Não esquecer de lavar a alma
Nos ribeirões das infantis brincadeiras
Nestes atos a ilusão se acalma
E a vida traz suas horas verdadeiras.


Vales e montanhas percorrer
Num misto de desejo e liberdade
Remexer no passado, infância reviver
Soltar a pipa do sonho e da realidade
Redescobrir caminhos já abandonados
Lugares comuns de outrora.
Refazer os poemas inacabados

Antes de definitivamente ir embora.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

POEMA DA CARNE


Entre meus braços e pernas
Está teu corpo
Que me sustenta.
Desejo astral de orgasmos
E sentidos animalescos
Humanos.
Somos pedras
Inertes no nada
Quando no nada
Embarcamos.
E movimentos
Incontidos movimentos
Em nosso amor
De areia e água que lava
E limpa, totalmente,
Nossos sexos tesionados.
Nossa cama:
O lugar comum
Dos amantes, o templo sagrado
De dois corpos unidos
Consumidos pelo natural
Momento de sintonia

Entre macho e fêmea.

terça-feira, 16 de junho de 2015

POESIA URBANA



A cidade é assim
Um misto de prazer
E decepção
Em cada esquina
Um sabor de gasolina
Respira meu coração
E transpira um jardim
Que se perde por ruas
E becos e avenidas
Sem receber um sim
Onde foram parar
As vidas
Que todo fim de tarde
Sentavam na praça
Com humor e alarde ?


A lua que nunca vejo
Abençoa-me o beijo
Com sabor de morango
Aquele desejado abrigo
Perdeu-se no arranha-céu
Que se construiu no parque
O verde, abençoado pelo céu,
É agora uma lembrança
Pintado em algum logradouro
Da nossa humana mente

Nada humanamente.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

QUANDO SE PERDE A INFÂNCIA


Uma sombra do  passado
Se apagando no presente.
A estação em flores
Não traz aromas e cores.
A palidez é o tom
E os passos silenciosos
Não deixam marcas nem som
Onde caminho sem destino.
Nada resta do menino
Aquele professor
Que um dia habitou
Meu coração.
Vai apagando pouco a pouco
O louco
Que seguia meus passos
Fazendo a vida suportável.
Agora tudo é normal
E legal
A apagar a existência.
Uma sombra que caminha
Na multidão
Sem nome
Sem rosto
Sem vida

Uma sombra!