sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

ESTRELA SENTINELA



Sei que quando tu partistes
fostes uma flor que secara.
As outras flores ficaram tristes
por não ter mais a fragrância rara.

Por anos e anos perfumara o lar
trazendo no semblante um sorriso aberto.
E com teu jeito humano de amar
fez cada segundo parecer eterno.

Hoje olho no céu e vejo uma estrela
a brilhar mais perto e mais forte
sei que és tu, pai, no infinito de sentinela

a zelar por teu jardim, por nossa sorte.

PABLO




colibri beijando Esperança
espalhando essência de vida
espelhando inocência de querubim

existência feito criança
subindo inocente a escalada
em seu constante jardim

inocência em sorriso endeusada
o mais  puro néctar da vida
que o coração adulto necessita

no mundo assim pessimista
tua presença purifica o viver
espelho refletindo velho querer

 

FILHO



                      para Gláuber Rodrigues Assis



Tempestade que fica eternizando a bonança;
o presente que traz ao futuro confiança;
sorriso que seca a lágrima que teima aparecer;
o sentido mais íntimo de todo nosso querer.

É o novo que faz a gente aprender envelhecer;
 flor que se abre e traz paz a cada amanhecer;
mestre em emoção me tornando novamente 
                                                       criança;
é o mundo resumido numa única palavra :

                                                      Esperança.

ANTÔNIO DIAS

 

Às margens do Rio Piracicaba
resplandece num vale natural
a bela terra que me viu nascer.
Um sonho que nunca acaba.

No desejo de riquezas, pecado capital,
viu-se Antônio Dias de Oliveira morrer
nos vales e montanhas do ouro desejado.
E quase tudo se deu por iniciado.

A paz floresce o ano todo;
o amor, sem mistérios, acontece.
Para o visitante é um achado,
deseja ficar quem a conhece.

À distância revejo vale e montanha
que percorri e amei quando criança.
Um dia retornar ,fica a esperança,
faz suportar a saudade tamanha.

Às margens do Rio Piracicaba
nos sonhos de ontem adormeço.
Retorno para seus braços e aconchego

neste amor que nunca acaba.

POEMA A FAVOR DA HUMANIDADE


Exércitos.  Contra todos devemos ser.
Armas. Não, não construamos nenhuma
que não seja a caneta e o papel
para se falar de quereres e amor.
Nunca haverá raça alguma
que alcance aqui o céu
construindo armas, fabricando guerras.

Vão assim passando as eras
em meio a sangue e lágrimas
sem alguém a quem confiar.
Todos se escondem atrás de um véu
desejando poder sem saber cantar.

Para destruí-los só mesmo a caneta

                                 e o papel.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

MUITO ALÉM DO TEU CÉU



Coloco um ponto final
em tua fala.
Eu deserto
sem água , sem flor,
eu coberto
de desejos adormecidos.
Tua voz tenta me abraçar,
me prender em teu calor.
Eu , vento, disparo
disfarço
e nada entrego.
Teu sorriso a me oferecer
jardins e perfumes.
Finjo prazeres.
Fecho meu coração
a sete chaves.
Nada ofereço,
nada agradeço.
Meus sonhos vão além de teu céu.

        

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

ALVORADA





Arco aponta o alvo
  alvorescencias
     acordo_me

               galo canta madrugada
                  rebuscando manhãs
                    acordo_me
                     

                       apito fabrica rotinas
                         assincronizando desejos

                           anoiteço_me

sábado, 21 de fevereiro de 2015

AUTODEFINIÇÃO




eu
pássaro preso em gaiola
obrigado a cantar
vendo o mundo pela janela
sem cor, sem paladar,
e nenhuma estrela.

eu
pássaro preso na gaiola... 


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

ACONTECEU



Construi meu universo
nas bases firmes de teus gestos
Edifiquei o meu planeta
nas colunas de teus sorrisos
Descobri meu continente
nos mares de teus beijos
Libertei o meu país
na força do teu olhar
E finalmente fiz meu teto
na rocha de tuas palavras.

Mas teu amor não resistiu
à tempestade do tempo
e ruidosamente meu mundo se desfez
deixando apenas um corpo solitário
e o infinito sombrio da saudade.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

ETERNIDADE




vento musicando nas  árvores
a canção do silêncio

a noite dizendo amém
ao sonho de paz e amor

a linguagem do corpo da amada
reescrevendo a existência com vida e calor

e no resumo de tudo

mérito do instante eterno.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

POEMA AUTOBIOGRÁFICO


Há nesta estrada muitas pedras no caminho 
                   e muitos lamentos nas mãos
há nesta estrada muitos espinhos entrecortando noites
                   e muitos desejos decepados
há nesta estrada muitas esperanças assassinadas
                    e muitas infâncias perdidas
há nesta estrada muitos edifícios  inacabados
                    e muitos rios desviados
há nesta estrada muitos planetas inexplorados
                    e muitos luares adormecidos
há nesta estrada muitos passos desgovernados
                    e muitos horizontes desmatados
há nesta estrada muitos mundos sem histórias
                    e muitas palavras mudas
há nesta estrada muitos dias impenetráveis
                     e muitas canções  imusicadas



há nesta estrada minha existência ...

sábado, 7 de fevereiro de 2015

CIDADEZINHA

 

Na pequenez da cidade
Do interior
Quase que uma só rua
Animada pela noite de lua
E no cotidiano
A rotina se faz presente
Mas no fim de semana
Um mundo novo
Que afasta toda a desmedida paz
Tudo fica fora de ordem
Num vai e vem a população passa
E para e olha e fica e fita
E também disfarça
Não há imunidade
Para o discurso abarrotado
Do bêbado, do pescador
Do senhor idoso respeitado
Que contam historias e lorotas mil
Em algum canto perdido

Deste imenso Brasil.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

EU CANTO



Eu canto
Porque sempre me calo
Diante do teu olhar

Eu canto
Porque quando falo
Vejo meu coração calar

Eu canto
Porque a minha voz
Espelha o céu terreno

Eu canto
O mundo que é nós
O amor que é eterno

Eu canto
Porque me arrebato
Diante do teu cantar

Eu canto
E todo canto, é fato,

Só existe para te  homenagear.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VÔO LIVRE



Em cada gesto
Minhas mãos exploradoras
Planam pelo paraíso

Nossas palavras
Vistosas pétalas multicoloridas
Espalham perfumes
No infinito do quarto

No vôo dos amantes
Nossos desejos aterrizam
Na ilha dos prazeres

Consentidos

domingo, 1 de fevereiro de 2015

FLASHES

                             Flash



O Rio de Janeiro continua lindo
Numa colonial fotografia
Sem poluição, favelas, bala perdida
Mar azul beijando a límpida baia
Em um tempo já adormecido.

                             Flash II


Todo mundo tem medo do amanhã
Não por temer a morte
A morte se reduz ao nada

Mas a vida é sempre pavorosa.

                             Flash III


Só sei amar
As paixões ardentes
Flores da primavera
Umas agüentam até o verão
Mas quando chega o outono
Se vão com o vento
Os prazeres tornam-se ausentes
As declarações tornam-se quimeras.



                             Flash VI


Que não nos falta mais o sono
Só ficando um suave perfume
Que teima em ser eterno.