quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

SOLILÓQUIO DAS SOMBRAS




Há no caminho uma escuridão
Que transpõe a noite e percorre
Os dias
E eu, âmago da dor e solidão
Continuo impassível como os mistérios
E as memórias.
Nada se expande além desta estação
Do medo, da insônia e tempestades
De agonias
E quando os sonhos se vão
Fica a vida pela metade
Sem alegorias
Do tempo e do alento. Não
Não serve os caminhos
De intempéries e brancas rosas
Se são pontiagudos os espinhos
E nas sombras
Me ferem peito e alma e músculos
Não!
Um basta nesta noite inabalável
É tudo que procuro

Mas a estrada nunca me oferece.

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