quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

LADAINHA DOS OPRIMIDOS


Felipe dos Santos

Dai-nos força para o sacrifício!

Joaquim da Silva Xavier

Dai-nos coragem para o martírio!

Frei Caneca

Dai-nos a confiança para lutar!

Zumbi dos Palmares

Dai-nos a estratégia das batalhas!

Frei Tito de Alencar Lima

Dai-nos a lucidez dos fortes!

Carlos Marighela

Dai-nos a noção de ser nação!

Massacrados de Eldorado

Dai-nos a claridade do amanhecer!

Chacinados da Candelária

Dai-nos o direito de sonhar!

Que assim seja
Por toda a eternidade
E salve-nos com fé e humildade!

Amém!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

FLORES SECAS


As paixões ardentes
São flores da primavera
Umas aguentam o verão
Mas quando chega o outono
Se vão com o vento
Todos os prazeres se tornam ausentes
Todas as promessas quimeras
Que não nos tira mais o sono
Fica somente um suave perfume

Que teima em ser eterno.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

ESPÓLIO DE GUERRAS

 


                                             

A GUERRA, DESDE TEMPOS IMEMORIAIS.
TEM FEITO DOS HOMENS, SIMPLES MORTAIS.
OS SENHORES DA VIDA E DA MORTE.

SÃO TANTOS E CARISSIMOS SINAIS
ENSANGUENTANDO TODOS OS ANAIS
DECIDIDOS NUM GOLPE DE SORTE.

AS MANCHETES EM TODOS OS JORNAIS
APARECEM EM LETRAS GARRAFAIS
NUM PROFUNDO E DOLORIDO DOTE.

NÃO HÁ LIÇÕES, APRENDIZADO JAMAIS
DESSES ESCOMBROS NÃO NASCE A PAZ
MAIS OUTRA GUERRA AINDA MAIS FORTE.

NESTES CAMINHOS TORTOS E FATAIS
GRITANDO QUE SOMOS  SIM RACIONAIS

VAMOS TODOS, ANIMAIS DE CORTE.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

NÃO HÁ DÚVIDAS


... e vamos tontos
malabarizando no presente
em busca de um amanhã
certamente ausente
mas não há desistência
pois a nossa paciência
e resistência
vão além da imaginação
e da opressão


e apesar do precipício
do nada especifico

todos dizem “eu fico!”

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DESEJO DE LIBERDADE


Como invejo o passarinho
Que no calor do  ninho
Não conhece a solidão

Em tudo há divina paz
Nunca chorou por paixão
Lágrimas que o desejo traz

O passarinho que gorjeia
Admirando a beleza do luar
Por nada mais anseia

E eu aqui sempre sozinho
Sem saber o que é amar
A invejar o livre passarinho.



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O AMANHÃ SEM MANHÃS



O sim do momento
Não cala o sentimento

São tantos nãos nas ruas
Que as luas
Não clareiam o chão
  
O soldado
De armas na mão
Mata friamente o irmão
Sem conhecer o sentido da vida

Os comandantes se julgam
Acima do bem e do mal. Deuses
Decidindo a vida dos homens

O sim do momento
Não seca o rio de sangue
Que lavo o verde terrestre
Em pranto e lamento

O sim do momento
Não cala o grito
Dos oprimidos e injustiçados

O sim do momento
Não cala a história
Nunca cala o sonho
Do poema – sentimento,

Do sofrimento – poema.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

SOLILÓQUIO DAS SOMBRAS




Há no caminho uma escuridão
Que transpõe a noite e percorre
Os dias
E eu, âmago da dor e solidão
Continuo impassível como os mistérios
E as memórias.
Nada se expande além desta estação
Do medo, da insônia e tempestades
De agonias
E quando os sonhos se vão
Fica a vida pela metade
Sem alegorias
Do tempo e do alento. Não
Não serve os caminhos
De intempéries e brancas rosas
Se são pontiagudos os espinhos
E nas sombras
Me ferem peito e alma e músculos
Não!
Um basta nesta noite inabalável
É tudo que procuro

Mas a estrada nunca me oferece.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

AÇÃO E REAÇÃO



Toda vida planejada
Em teu  cheiro pleno de morte
Tem a alma retalhada
Em mais profundo corte
A estrada do bem trilhada
Muito tem de sul e norte
Cada ser faz sua escada
Pois viver não depende
                                


                                    De destino ou sorte.

domingo, 4 de janeiro de 2015

SAUDADES DE MINHA TERRA



Suave vem o rio
Descendo a montanha
Serpente de água

Em saudade deságua
Num castelo de brio
Numa dor tamanha

Uma cidade pacata
Do mundo desconhecida
Em meu peito nunca esquecida

Sonho que a realidade não acata
De percorrer tuas ruas
Em noite de lua clara
E acordar em teus dias

E o rio vem
Formado em lágrimas
A desfolhar o ontem
A deitar invernos

No hoje dos meus cadernos

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

DEVOÇÃO



Tenho os joelhos no chão
E as mãos para o céu
Implorando perdão.
O tempo passa,
Você me mantém no inferno
Sem piedade da minha desgraça.

Um coração sangrando
Merece ser  olhado
Mas em meu  calvário
Não há ressurreição.

Pelos teus lábios vou sonhando
Num sim  sempre adiado
E nas contas do meu rosário
Ficam as preces em sua devoção.

Tenho sede
Que só teu corpo
Pode saciar.

Em toda tarde
Encher o copo

Na fonte do teu amar.