segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

REVELAÇÃO



A palidez do papel revela-se
no rosto de cada brasileiro.
Escravo da fome, da morte convidado.


As crianças esqueléticas e sonolentas
clamam por alimento a mostrar
as costelas que a dedo se pode contar.


A terra ociosa e cercada de farpado
impede a mão de lançar a semente.
A criar grilos ela fica, somente.


Contam os dias, as horas passam...
Cemitérios em pranto a cada minuto

enterram um sistema e um povo.

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