sábado, 12 de julho de 2014

CAMINHOS DE ESPINHOS




    I




Se teu amor por mim
antes tão ardente já morreu
e, como uma flor seca, no jardim
nem perfume permaneceu
desculpe-me, mas não era amor .
Amor verdadeiro somente o meu
que a cada dia aumenta mais e mais
me deixando louco, sem paz,
carregando no peito a saudade sem fim.



    I I



O tempo isola minhas mãos
das lições do seu calor.


Há invasão em minha alma
de sombras fantasmagóricas do passado
de miragens fantasmagóricos do hoje
de um sombrio mistério do misterioso amanhã.


Tudo me lança na lama
sem o sagrado direito de esquecer
você.


Me diga
que desejo maior, pode existir, de amor
que a volta ao passado feliz ?
Pago agora o preço dos sorrisos
com lágrimas e lágrimas e lágrimas.


O tempo isola minhas mãos
de qualquer momento de vida.





    I I I




Não, não estou doente, não tenho nenhum mal !
É que não consigo um seguro porto
onde, da longa jornada , tranqüilo descansar.



Me perdi no caminho de tanto amar.
E agora me lança ao mar morto,
sempre, a vida temperada a sal.



    I V



Passou a tempestade
é findo o verão
de amor e paixão
e felicidade.
Restou uma gota
lânguida e incolor.
O resto da chuva
o resto do amor
a desaguar saudade.


Meu corpo árido e deserto
em sol aberto
ou no frio da noite
precisa humanamente
a sede saciar.
A secura me invadindo
a alma consumindo
no desejo de amar.


Passou a tempestade
ficou a estiagem
misto de dor e saudade
a devolver sua imagem.





    V





Estou partindo, na dor,
do mesmo lugar
como tudo começou...



Mas não existe mais
aquele lenço a acenar
dizendo que ficará sem paz
enquanto a distância nos separar.





    V I



O calor do teu corpo me incendeia
de paixão. Tenho sede constante
por teus braços. Somente
em teu oásis sacio minha secura
de desejos, amor e caricias.


A companheira de minhas horas
não festeja minha chegada.
Escravo anônimo me coloco
a teus pés, esperando tuas ordens.


Se adormeço tuas imagens povoam
meu sono. Se acordado estou
por teus sorrisos clamo. Passo
meus séculos mendigando
teu amor no desejo de conseguir
o paraíso.




    V I I



E veio a profunda sensação
de abandono
ou foi uma ilusão
um sonho
que passou como cometa
fazendo festa
entre sorrisos e beijos
realizando desejos
marcas de uma cinematográfica era.



Com o abandono
veio as sensação do despertar
de um sonho antigo
e muito há de humano
nas lágrimas a derramar
pelo amor sem abrigo
flores multicoloridas sem primaveras.


  

    V I I I



O s espinhos dos Caminhos
difíceis de serem retirados
se estamos sozinhos
se tornam frutos abençoados
quando mãos unidas
e repletas de carinhos
seguem as palavras
que pelo amor foram ditas.


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