sexta-feira, 11 de julho de 2014

APRISIONADO


arranquem-me as horas e os momentos
libertar-me-ão das grades da imposição
do tempo marcado e das ordens
fechando meus ideais e pensamentos

nada resta da infância e juventude
os ventos de Santa Cruz não
mais sopram em minha direção
e Antônio Dias já não pertence
aos meus caminhos.

dia após dia o mesmo trajeto
a dura sina de nunca ter os pés no chão
prende minha alma aos desejos do mundo
deixando-a surda - muda
e assim minha boca se cala.

o verde ainda não desbotou
de todo o meu olhar de pássaro
que perscruta o horizonte
dia e noite na tentativa
de encontrar novamente

o velho e desejado caminho.

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