quinta-feira, 31 de julho de 2014

CAMINHOS PARALELOS


noventa e quatro
ano que passou
trazendo contradições
que a vida modificou.

Julho  transcorria
na rotina e monotonia
quando a vida presenteou
a carne de minha carne
de mansinho chegou
trazendo festa e alegria.

Outubro passava
entre dores e lamentos
a carne que me gerou
vivia dor e sofrimentos
o último suspiro suspirou
a alegria que acabava.

Eternos momentos de dor
pela perda de quem
soube espalhar o amor.
Foi semear a paz no além.

Noventa e quatro
risos e lágrimas caminhando
lado a lado
ano de festa e dor
marcas profundas deixou

na alma do trovador

quarta-feira, 30 de julho de 2014

SERÁ O FIM...



A minha história
em pergaminho
nunca contará a glória
de trilhar o caminho
a dois.


Nenhuma lenda lembrará
da descoberta do pergaminho.
O destino de quem vive para amar
não traz flores , apenas espinhos.
E depois ?

Depois ficará a brancura amarelada
do velho pergaminho
mostrando do deserto a secura desesperada
do solitário caminho

nunca trilhado a dois.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

ENFIM, A VITÓRIA



Foi preciso mais de mil beijos
mil rosas espalhadas pelo chão
eu, como um louco, cheio de desejos
entreguei-lhe minha alma e coração.

Foi preciso mais de mil olhares
mil promessas de abrigo e carinho.
Você ocupando todos os lugares
onde meus passos seguiam o Caminho.

Foi preciso mais de mil atos
para você enfim acreditar em mim.
Eu mostrei-lhe em fotos e fatos
o nosso futuro colorido, perfumado jardim.

Foi preciso enfim que eu ocupasse
todos os seus vazios, todos os seus espaços.
E antes que a paixão me matasse

tenho, agora e sempre, você em meus braços.

sábado, 26 de julho de 2014

CAMINHO INTERROMPIDO


    I


Era primavera ainda
com toda certeza.
O cravo desfolhou-se
levando do jardim
a reinante beleza,
fazendo da vida
um deserto sem fim.


Mesmo a rigidez e a dureza
de quando lhe fugia a calma
não escondia a nobreza
de sua elevada alma.
Em tudo demonstrava Pedro ser
e não pedra crua, inerte,
de razão desprovida.
Pedro, que na luta pela vida,
mostrou a razão de viver
deixando mais que lição,
deixando pura emoção.

E agora me diga
pode o mundo ser feliz,
agora que não mais abriga
a humana beleza,
a sentimental dureza
de José Pedro de Assis ?




     I I



Só existe uma coisa
mais triste na vida
que a necessária partida...



é no retorno, desesperados,
não encontrar aberto teus braços
com saudade nos aguardando
para receber e doar abraços.



segunda-feira, 21 de julho de 2014

TODA POESIA



é toda poesia uma luz
que brilha na alma de pássaro
que voa no infinito do pensamento
em forma de paz , em forma de cruz


é toda poesia caminho de nuvens
que nos leva a sonhar e sobreviver
nos leva por lugares desconhecidos
sempre ofertando outras imagens


é toda poesia vida plena
oração ao Pai, louvor à natureza
extrai do sentimento toda beleza

um novo querer, sincero, nos acena.

         toda poesia




é toda poesia uma luz
que brilha na alma de pássaro
que voa no infinito do pensamento
em forma de paz , em forma de cruz


é toda poesia caminho de nuvens
que nos leva a sonhar e sobreviver
nos leva por lugares desconhecidos
sempre ofertando outras imagens


é toda poesia vida plena
oração ao Pai, louvor à natureza
extrai do sentimento toda beleza

um novo querer, sincero, nos acena.

sábado, 12 de julho de 2014

CAMINHOS DE ESPINHOS




    I




Se teu amor por mim
antes tão ardente já morreu
e, como uma flor seca, no jardim
nem perfume permaneceu
desculpe-me, mas não era amor .
Amor verdadeiro somente o meu
que a cada dia aumenta mais e mais
me deixando louco, sem paz,
carregando no peito a saudade sem fim.



    I I



O tempo isola minhas mãos
das lições do seu calor.


Há invasão em minha alma
de sombras fantasmagóricas do passado
de miragens fantasmagóricos do hoje
de um sombrio mistério do misterioso amanhã.


Tudo me lança na lama
sem o sagrado direito de esquecer
você.


Me diga
que desejo maior, pode existir, de amor
que a volta ao passado feliz ?
Pago agora o preço dos sorrisos
com lágrimas e lágrimas e lágrimas.


O tempo isola minhas mãos
de qualquer momento de vida.





    I I I




Não, não estou doente, não tenho nenhum mal !
É que não consigo um seguro porto
onde, da longa jornada , tranqüilo descansar.



Me perdi no caminho de tanto amar.
E agora me lança ao mar morto,
sempre, a vida temperada a sal.



    I V



Passou a tempestade
é findo o verão
de amor e paixão
e felicidade.
Restou uma gota
lânguida e incolor.
O resto da chuva
o resto do amor
a desaguar saudade.


Meu corpo árido e deserto
em sol aberto
ou no frio da noite
precisa humanamente
a sede saciar.
A secura me invadindo
a alma consumindo
no desejo de amar.


Passou a tempestade
ficou a estiagem
misto de dor e saudade
a devolver sua imagem.





    V





Estou partindo, na dor,
do mesmo lugar
como tudo começou...



Mas não existe mais
aquele lenço a acenar
dizendo que ficará sem paz
enquanto a distância nos separar.





    V I



O calor do teu corpo me incendeia
de paixão. Tenho sede constante
por teus braços. Somente
em teu oásis sacio minha secura
de desejos, amor e caricias.


A companheira de minhas horas
não festeja minha chegada.
Escravo anônimo me coloco
a teus pés, esperando tuas ordens.


Se adormeço tuas imagens povoam
meu sono. Se acordado estou
por teus sorrisos clamo. Passo
meus séculos mendigando
teu amor no desejo de conseguir
o paraíso.




    V I I



E veio a profunda sensação
de abandono
ou foi uma ilusão
um sonho
que passou como cometa
fazendo festa
entre sorrisos e beijos
realizando desejos
marcas de uma cinematográfica era.



Com o abandono
veio as sensação do despertar
de um sonho antigo
e muito há de humano
nas lágrimas a derramar
pelo amor sem abrigo
flores multicoloridas sem primaveras.


  

    V I I I



O s espinhos dos Caminhos
difíceis de serem retirados
se estamos sozinhos
se tornam frutos abençoados
quando mãos unidas
e repletas de carinhos
seguem as palavras
que pelo amor foram ditas.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

APRISIONADO


arranquem-me as horas e os momentos
libertar-me-ão das grades da imposição
do tempo marcado e das ordens
fechando meus ideais e pensamentos

nada resta da infância e juventude
os ventos de Santa Cruz não
mais sopram em minha direção
e Antônio Dias já não pertence
aos meus caminhos.

dia após dia o mesmo trajeto
a dura sina de nunca ter os pés no chão
prende minha alma aos desejos do mundo
deixando-a surda - muda
e assim minha boca se cala.

o verde ainda não desbotou
de todo o meu olhar de pássaro
que perscruta o horizonte
dia e noite na tentativa
de encontrar novamente

o velho e desejado caminho.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

LEMBRANÇAS


olho o infinito
e não vejo o céu
já não enxergo
a lua e São Jorge
em sua batalha eterna
contra o dragão
minha lua de infância
ficou eternamente nova
ficou velha na mente


estrelas não mais vejo
minhas janelas de sonhos
meu teto de quereres
a noite clara de outrora
e seus cantares de louvor
se foram pelos caminhos
de Santa Cruz
numa viagem sem retorno


e peço ao vento
notícias
de minha lua de São Jorge
e as estrelas de meus sonhos
o vento passa e o silêncio
continua
a dilacerar minhas lembranças
na escuridão desta rua

na nudez do infinito




quarta-feira, 2 de julho de 2014

SE CONSELHO FOSSE BOM...


estar vestido de cores e tons nada diz
beleza aparente é comum na natureza
o mundo exterior não faz ninguém feliz
às vezes sorrimos tendo na alma a tristeza

que frases tolas soltamos no cotidiano
tentando ser ficção quando a realidade
não nos faz crescer com o passar do ano
o sábio nunca diz nada além da verdade.

e onde está a fria filosofia da vida
demonstrando o conteúdo da criação
se sabemos que a vestimenta descabida
não faz estrelas, continuamos no chão.

a alma avança sempre rumo ao infinito
livrando das cores que o mundo lhe deu
é o caminho árduo, espinhoso e imperfeito
na certeza que nunca se chega ao apogeu.


terça-feira, 1 de julho de 2014

EVOLUÇÃO


Sempre que leio Brecht
Fico imaginando as palavras
Caladas
Que não dizem nada.
Apesar de toda tentativa
Quem se sufoca
No grito da expectativa
E nada fazem
Nunca fará parte da história.
Não haverá glória
Para tua alma esquecida.
A humanidade se alimenta
Movimenta-se
Pelos sonhos dos homens.
Onde há sonho
A vida sobrevive
E as palavras gritam
Liberdades
Nas verdades do dia a dia.
É toda necessária energia

Para movimentar terra e céu.