domingo, 29 de dezembro de 2013

PEQUENO RECORTE



No imenso mar
Do universo
Um minúsculo grão de areia
Circulando ao sabor do vento

Acreditar ou não
Em um ser superior
É um mistério particular


Por mais que se tente sonhar
Um verso
Que o faça fugir da cadeia
Sabe-se que a vida é um momento
Eterna mistura

De alegria e dor

sábado, 28 de dezembro de 2013

PALAVRAS VÃS



Meus ouvidos se cansam
De tantas palavras
E as mãos, sempre cruzadas,
Nada constroem.
E palavras, somente palavras,
Não farão do deserto
Um jardim
Onde o céu se faça presente.

Meus ouvidos se cansam
De tantas palavras
E os sonhos que desejamos
Realizar
Tornam-se letras mortas
Filosofia de um tempo passado
Que o mundo já esqueceu.

A beleza que desejamos
Não se fará concreta
E eterna como anseia
Toda alma




Meus ouvidos se cansam
De tantas palavras
E todo meu ser se cansa
Do mundo ordinário
E seus pastores de lobos
Que afugentam as ovelhas
Para o mundo esquecido
Do seu próprio interior.


A beleza que desejamos
Não se fará eterna
Como anseia

Toda alma concreta.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ELOGIO CENTRAL




Se Deus existe
Não há como provar um dia
Mas Ele é um péssimo humorista
Pois na vida há muita luta

E quase nenhuma alegria.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

É SÓ UM ANTI-ELOGIO




Se se no sonho acredita
Faz-se mil e um planos
Para os vindouros anos
Crendo em sua realização
E no dia a dia o coração
Com e esperança grita
Para construir-se um novo ideal
Onde a justiça seja plena
E viver e amar valha a pena
Nada de sofismas loucos
Nada de desejos poucos
O querer espelhar-se no real.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ELOGIO À LOUCURA



Fomes, guerras, aids, mil artifícios
Torna-se impossível ser otimista
Até mesmo para quem é artista
O homem afunda em seus precipícios


Assassinos tornam-se heróis, criminosos no poder
A liberdade cada vez mais vigiada
Indispensáveis estradas que vão sendo minadas
Pesados obstáculos à sobrevivência e ao querer


Cristãos contra muçulmanos contra hinduístas
A loucura disseminada por toda parte
Não tem mais saídas, é muito tarde
Para sermos humanos, pacíficos e otimistas.
















ELÓGIO À LOCURA

Fomes, guerras, aids, mil artifícios
Torna-se impossível ser otimista
Até mesmo para quem é artista
O homem afunda em seus precipícios


Assassinos tornam-se heróis, criminosos no poder
A liberdade cada vez mais vigiada
Indispensáveis estradas que vão sendo minadas
Pesados obstáculos à sobrevivência e ao querer


Cristãos contra muçulmanos contra hinduístas
A loucura disseminada por toda parte
Não tem mais saídas, é muito tarde
Para sermos humanos, pacíficos e otimistas.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

MINAS GERAIS



Muitos escrevem sobre Minas
Muitos falam de Minas
Uns até cantam canções
Que elogiam Minas
Mas para conhecer Minas
Mais que ter nascido em Minas
É preciso viver Minas
Percorrer as montanhas de Minas
Caminhar por suas vielas e vilas
Decorar a arte de Aleijadinho
À luz das ideias dos inconfidentes
Se reconhecer na poesia de Drummond
Viajando nas veredas de Guimarães Rosa
Só reconhecendo os limites humanos
Nos voos impossíveis de Santos Dummont
Minas é assim espinho e flor
Um Belo Horizonte para toda a humanidade
Bálsamo que cura da alma qualquer dor
Por isso Minas criaram asas
E tornou-se parte do infinito
Minas é mais que nação
Minas é a estação
De onde partem os trens

De todas as histórias

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ELOGIO 4




Os sonhos vermelhos
Negros se transformaram
Nas longas estradas dos mistérios
Nos disfarces, nas mascaras


Nenhuma perola encontrada
Nestes mares de pensamentos
Palavras distorcidas e caladas
Nada mais

Viver não é distinguir
Realidade, sonho, ilusão
Não saber repartir
Nos quereres a arte

Quem não sonha não realiza
Quem não realiza desconhece a ilusão
Levar para além da mente

As velhas canções.

domingo, 15 de dezembro de 2013

CONSTATAÇÃO



A cada novo dia
Ainda mais desconsolado
Vejo o mundo sendo destruído
E eu impotente
Mãos amarradas
Pés dançando conforme a musica
Gritos sufocados
Constato
No tempo que Deus existia
O mundo não era melhor
Quase nenhuma alegria
Nenhuma humanidade
Desconhecido era o amor
Agora, que decidiu o criador,
Ser a hora da verdade
E morta está a criatura
Nada mais impede
Do homem o ímpeto destrutivo


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O TREM DA HISTÓRIA



Passa aqui
Passa ali
Passa lá
O trem da historia
Que muitos insistem
Em não pegar

Fala aqui
Fala ali
Fala lá
A voz da memória
Que muitos insistem
Em calar

Ficar calado
Ficar parado
Inerte ficar
Não traz glória
Que o homem necessita
Conquistar

Quando o trem passar
É preciso estar na estação
Seguir viagem sem vacilar
Semear sonho, cumprir a missão
Que a vida está aí para nos ensinar
A subir os degraus em busca da perfeição


O TREM DA HISTÓRIA



Passa aqui
Passa ali
Passa lá
O trem da historia
Que muitos insistem
Em não pegar

Fala aqui
Fala ali
Fala lá
A voz da memória
Que muitos insistem
Em calar

Ficar calado
Ficar parado
Inerte ficar
Não traz glória
Que o homem necessita
Conquistar

Quando o trem passar
É preciso estar na estação
Seguir viagem sem vacilar
Semear sonho, cumprir a missão
Que a vida está aí para nos ensinar
A subir os degraus em busca da perfeição


OTREM DA HISTÓRIA



Passa aqui
Passa ali
Passa lá
O trem da historia
Que muitos insistem
Em não pegar

Fala aqui
Fala ali
Fala lá
A voz da memória
Que muitos insistem
Em calar

Ficar calado
Ficar parado
Inerte ficar
Não traz glória
Que o homem necessita
Conquistar

Quando o trem passar
É preciso estar na estação
Seguir viagem sem vacilar
Semear sonho, cumprir a missão
Que a vida está aí para nos ensinar
A subir os degraus em busca da perfeição


O TREM DA HISTÓRI

Passa aqui
Passa ali
Passa lá
O trem da historia
Que muitos insistem
Em não pegar

Fala aqui
Fala ali
Fala lá
A voz da memória
Que muitos insistem
Em calar

Ficar calado
Ficar parado
Inerte ficar
Não traz glória
Que o homem necessita
Conquistar

Quando o trem passar
É preciso estar na estação
Seguir viagem sem vacilar
Semear sonho, cumprir a missão
Que a vida está aí para nos ensinar
A subir os degraus em busca da perfeição


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ELOGIO NÚMERO 3




A vida passa por nós
Numa mão dupla de enlouquecer
Enquanto uns riam e cantam
Outros derramam lagrimas
Enquanto uns deliciam-se nas camas
Outros não sabem o que é amar
Enquanto uns cumprem roteiros de prazer
Outros cumprem rotinas de ordens e relógios
Às poucas mesas fartas
Sobrepõem a maioria de barrigas vazias
Para poucos abrem-se todas as portas
Enquanto multidões vivem de fantasias
É, este mundo é mesmo de enlouquecer
A opressão matando a alegria
E a gente vive não se sabe por quê.


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

PAIXÃO DE VERDADE



A paixão se desfaz pouco a pouco a cada dia
Como tempestade vai se transformando em calmaria

A paixão não dura a vida inteira
Mas o tempo certo
Das ações costumeiras

A paixão não muda o ser humano
Mas move o mundo no passar dos anos

A paixão arde como fogo intenso
Enquanto o amor aquece o frio do inverno

A paixão passa com a primavera
E da flor não fica nenhum perfume

A paixão quando atendida se encerra
Não correspondida é tão forte quanto o ciúme

A paixão se desfaz com outra paixão
E nenhuma marca deixa no coração

O amor, ao contrário, se torna a única verdade
E dura por toda a eternidade

Amor e paixão convivendo lado a lado

Deixa nosso presente sempre inacabado

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

ESTRELA GUIA


Uma estrada sempre
Vai dar
Em algum lugar
Se ao céu ou purgatório ou inferno
Se traz a beleza da primavera
Ou o frio do inverno
Depende com quem se caminha lado a lado
A pessoa desejada

Ou sempre mal acompanhada.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

POEMINHA QUASE SACANA



Ah! A minha vizinha
Que se chama Marieta
Toda vez que penso nela
Eu bato uma...
Vitamina
Quero ficar com corpo de atleta
E conquistar esta menina
Pelos olhares dirigidos a ela
Já, já as asas baterá

Ah! esta ave pequenina.


POEMINHA QUASE SACANA




Ah! A minha vizinha
Que se chama Marieta
Toda vez que penso nela
Eu bato uma...
Vitamina
Quero ficar com corpo de atleta
E conquistar esta menina
Pelos olhares dirigidos a ela
Já, já as asas baterá

Ah! esta ave pequenina.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

PONTO FINAL



Em indiferença vai-se explodir
Num inverso de ditosa euforia
Na calada da noite partir
Nunca mais reconhecer um novo dia.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

EU, PRISIONEIRO



Dentro dos muros da minha prisão
Nunca vejo meus sois, não entra o dia
Eterna noite implantada
Em desesperado coração.
Nenhum sonhar que ontem existia
O corpo inerte, a mente dormindo,
Já não espera uma intervenção
divina.



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

ETERNA BUSCA


Sempre busquei um amor utópico
Aquele que não impõe condições
Amor que não poda as liberdades
Para joga-las rente ao chão
Amor que faça o amanhã
Sem pestanejar ou deter no ontem
Amor que não distingue pobre ou rico
Mas apenas faz florescer os corações


Foram muitas as procuras
E nenhum achado
Coração mil vezes despedaçado
E lançado na rua
Que até a lua
Chorou
E em meio a tempestade
Se escondeu
E desde então
Vivo em meio à escuridão
Procurando
Um amor que acabe

Com a solidão.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

ELÓGIO NÚMERO 2



A humanidade vive da morte.
O grito das armas impõe
Silencio à sinfonia do amor.
Ouve-se clamores e gemidos
De mortos, feridos, oprimidos
E sussurros abafados dos poucos homens de bens.

E na sucessão de guerras
O calendário vai se avermelhando
De sangue e dor
E o poeta na labuta
Semeando jardins
Sem conseguir colher uma flor.

Nem Cristo, nem Budha, nem Maomé
Conseguiu muda
O animal que o homem é.
Nem o sorriso de uma criança
Traz hoje um resquício de esperança


Tudo que se deseja, tudo que se espera
É que o dia se finda
E o véu da escuridão vá chegando
Com a noite eterna cobrindo
A carcomida realidade.