quinta-feira, 19 de agosto de 2021

 

 

 

         SEM RESPOSTAS

 

O que é a vida terrena senão fatias

De sonhos que inutilmente tentamos viver ?

Mas não se vive de sonhos...

Ah,  indiscutíveis filosofias vãs

Reencontradas em todas as manhãs

No desenterro de mortos passados

No nascimento de novos desejos

Não sentir-se derrotado

É muitas vezes um consolo

Que o tempo vem sempre apagar

Apega-se a qualquer esperança

Tentativa de esconder a verdade

E dissolver com amor a soledade

 

O que é a vida terrena

Senão a rotina cansativa do trabalho

O fim de tarde de ilusões descontroladas

Que nos invade por inteiro?

Mesmo o palhaço que faz rir platéias alucinadas

Sozinho chora seus momentos verdadeiros

Na expressão do sorriso que não existe

A solidez se desmorona num segundo

O versejar dos externos eternos horizontes

Sucumbe diante da fatal realidade

Na solidão dos astros apagados

Habitantes ao longo do percurso da humanidade

 

E eu vou ditando meus versos

Na incerteza da inexistência de ouvintes

Paralelos em minha dor de existência

Saem motivos claros e definidos

Que possam me levar à resposta

Do que seja a vida realmente.


                     Magno Assis

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