À TARDE
À tarde olho os montes
À tarde olho as fontes
À tarde olho a vida...
Finjo que não vejo o que vejo
É meu desejo que assim seja
Procuro ver em tudo coisas boas
Mesmo que o mundo diga o contrário
As mansões ornamentam a visão
E não são em maior número que os barracões
Os poetas falam de amores e de flores
E os homens ( Ah, esses homens!) gritam guerras
Na fumaça das indústrias desaparece o verde
O infinito fica todo cinza, cor de enfermo
Na miséria dos homens o fogo crepita
Consumindo vida na poluição da mente
Choro. Não envergonho de dizer
Porque Ter vergonha? É triste saber
Que os montes verdes no horizonte
Que as fontes de águas cristalinas
Que a vida – sim, até mesmo a vida -
Deixarão de existir pela ignorância humana
Os homens comem no lucro o planeta
Nada respeitam, nada preservam
Querem contas volumosas nos bancos
E famintos esqueléticos morrendo em multidão
Os poetas falam de flores e amores
Nos versos tento sonhar...
Mesmo no sonho o pesadelo é o mesmo
Loucura! Não mais consigo sonhar.
Sei que amanhã terei meu corpo inerte
Nenhuma obra comprovará nossa existência
Assim como esses versos, nada resistirá ao tempo
E todo o universo desconhecerá
Que um dia existiu um planeta chamado terra.
Magno Assis
Nenhum comentário:
Postar um comentário