quinta-feira, 15 de outubro de 2020

 

         ESSE MUNDO MUDO

 

 

 

Sei que sem pedir

Meu olhar nasceu transbordando alegria

Como aquele horizonte distante

Admirado inocentemente pela criança

Que acredita começar ali o céu

Com as roupas alegres que a natureza soube vestir

 

 

Não tenho culpa se não penso como os homens

Se não admiro canhões e guerras

Se não sei postar-me diante de barros transvertidos de imagens

Que nada representam

A não ser a enganação aos habitantes destas terras

 

 

Os homens criaram os ídolos

Fizeram da vida opressão

Do trabalho escuridão

e achando tudo muito pouco

criaram os mendigos

as crianças abandonadas

os flagelados sem abrigos

e disseram para a vida

é este teu mundo

 

 

sou responsável pela parte que me cabe

não nego!

Mas meus sonhos não têm abrigo

Sem pousadas estão espalhados pelo tempo

Ao vento

Aqui e acolá tentam frutificar

O sacrifício tem sido em vão

O sangue encobriu todo sentimento

Sem ninguém para chorar

Sem que houvesse perdão

 

 

Triste é ver aqueles horizontes

Que transbordavam esperanças como meu olhar

Que a criança em sua inocência nunca cansou

                                                                           de admirar

Hoje sem a roupa colorida da mãe natureza

A destruição, senhora absoluta do planeta,

Cravou neles seus tronos diários

E observa, com um sorriso de ironia,

O reino que um passado dia

Foi de tua irmã celestial: a vida.


                       Magno Assis

Nenhum comentário:

Postar um comentário