sábado, 31 de outubro de 2020

 

           É SAUDADE

 

 

 

A saudade traz

O amor mais intenso

Sofrimento mais denso

Muita dor, nenhuma paz.

 

A saudade faz

Tudo se tornar tristeza

Nenhuma alegria ou beleza

Nenhuma cor satisfaz.

 

A saudade sempre é

Escuridão de anoitecer

Em todo o meu ser

No pensamento até

 

A saudade leva

Todo bom julgamento

Torna o momento

Somente treva .


                 Magno Assis

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

 

         ESSE MUNDO MUDO

 

 

 

Sei que sem pedir

Meu olhar nasceu transbordando alegria

Como aquele horizonte distante

Admirado inocentemente pela criança

Que acredita começar ali o céu

Com as roupas alegres que a natureza soube vestir

 

 

Não tenho culpa se não penso como os homens

Se não admiro canhões e guerras

Se não sei postar-me diante de barros transvertidos de imagens

Que nada representam

A não ser a enganação aos habitantes destas terras

 

 

Os homens criaram os ídolos

Fizeram da vida opressão

Do trabalho escuridão

e achando tudo muito pouco

criaram os mendigos

as crianças abandonadas

os flagelados sem abrigos

e disseram para a vida

é este teu mundo

 

 

sou responsável pela parte que me cabe

não nego!

Mas meus sonhos não têm abrigo

Sem pousadas estão espalhados pelo tempo

Ao vento

Aqui e acolá tentam frutificar

O sacrifício tem sido em vão

O sangue encobriu todo sentimento

Sem ninguém para chorar

Sem que houvesse perdão

 

 

Triste é ver aqueles horizontes

Que transbordavam esperanças como meu olhar

Que a criança em sua inocência nunca cansou

                                                                           de admirar

Hoje sem a roupa colorida da mãe natureza

A destruição, senhora absoluta do planeta,

Cravou neles seus tronos diários

E observa, com um sorriso de ironia,

O reino que um passado dia

Foi de tua irmã celestial: a vida.


                       Magno Assis

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

 

         TRISTEZAS

 

 

 

Árvores sem folhas

Outono eterno

Que me habita

Traz tristeza

Cheiro de mofo

E coisas velhas

No amanhâ

Já não acredito.

 

Os jardins sem perfumes

Flores que não desabrochou

Sementes já mortas

Traz tristeza

Novelas reais

As fatalidades do amor

 

Meu triste viver

Já não há sorrisos

Alma que lamenta

Cheia de tristeza

Mas o coração

Adora insitir

Em falsos amores

 

As velhas canções

Já abandonadas

Levadas pelo vento

Sem destino

Continuam ferindo

Os  sentimentos

Nas paixões caladas.


    Magno Assis