quinta-feira, 16 de abril de 2020


         LOUCO QUERER


Quero que o mundo ouça meus versos
Como cânticos de liberdade lançados ao
                                                                           vento
e os recolha de mãos abertas
mãos que doam aos irmãos
o pão para matar-lhe a fome
o sorriso que a vida lhes tirou
a felicidade que vive a procurar.


Quero que meus versos sejam enxadas
A capinarem a terra da esperança
E os poetagricultores lancem a semente
Para dela brotar a liberdade
Que o povo procura e nunca alcança.


Quero que meus versos sejam a defesa
Dos oprimidos, torturados, massacrados,
                                                                        exilados
que deles se façam um país
onde todo homem seja realmente feliz.


Quero que meus versos sejam povo
E o povo seja simplesmente poesia
Que eu possa assim cantá-la livre
Um pássaro cantando sua melodia
Em pleno coração da floresta.



Quero que meus versos sejam proféticos
Sejam escutados e executados
Que sejam alimento onde faltar pão
Que sejam paz onde houver guerra
Que sejam a vida onde haja mortes
Que sejam liberdade onde exista correntes
Assim sua profecia estará cumprida
E inúteis tornarão.


E tornando-se inúteis
Serão recolhidos à gaveta
Do meu coração.
Neste momento todas as pessoas serão
Poetas
E terão seus próprios versos
Escritos pelo próprio sangue.

                    Magno Assis 

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