NÁUFRAGO DA NOITE
Pudesse eu abraçar-te, ó noite
E conhecer teu infiel rosto
Deixarias de ser açoite
Em meu corpo, outono e desgosto.
Meu ser uma ilha encontraria
Em alto mar. Nesse amor salgado
Sedento de sede, o eu naufragado,
Seria saciado, salvo estaria.
Não encontrei nem norte nem sul
Não enxerguei nenhum céu azul.
Perdido estou, sem porto certo,
Singrando mares tempestuosos e incertos
Pudesse eu desfazer-te, ó noite
E encontrar-me em meu dia
Sei que não teria mais açoite.
Veria azular um mar de alegria.
Veria céu, estrela e luar...
Magno Assis
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