quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

         NÁUFRAGO DA NOITE

Pudesse eu abraçar-te, ó noite
E conhecer teu infiel rosto
Deixarias de ser açoite
Em meu corpo, outono e desgosto.


Meu ser uma ilha encontraria
Em alto mar. Nesse amor salgado
Sedento de sede, o eu naufragado,
Seria saciado, salvo estaria.


Não encontrei nem norte nem sul
Não enxerguei nenhum céu azul.
Perdido estou, sem porto certo,
Singrando mares tempestuosos e incertos


Pudesse eu desfazer-te, ó noite
E encontrar-me em meu dia
Sei que não teria mais açoite.
Veria azular um mar de alegria.

Veria céu, estrela e luar...

            Magno Assis

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