domingo, 29 de janeiro de 2017


         REVOLUÇÃO






Preciso contar as estrelas

e encontrar meu céu. Minhas janelas

fechadas de ontem e sem saber

qual futuro encontrará  você,

precisam abrirem-se como um dia

que amanhece cheio de alegria

no cantar dos galos, pássaros e homens.







Não quero novamente as miragens

que enganam o presente. Meu desejo

ultrapassa os horizontes do beijo

do filho primogênito. Procuro

meu céu muito além do muro.

E contando assim minhas estrelas

possa abrir, sem medo, todas as janelas.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017




 

     ELÓGIO NÚMERO 4



                                                





Os sonhos vermelhos

Negros se transformaram

Nas longas estradas dos mistérios

Nos disfarces, nas mascaras





Nenhuma perola encontrada

Nestes mares de pensamentos

Palavras distorcidas e caladas

Nada mais



Viver não é distinguir

Realidade, sonho, ilusão

Não saber repartir

Nos quereres a arte



Quem não sonha não realiza

Quem não realiza desconhece a ilusão

Levar para além da mente

As velhas canções.









                   MINAS GERAIS





Muitos escrevem sobre Minas

Muitos falam de Minas

Uns até cantam canções

Que elogiam Minas

Mas para conhecer Minas

Mais que ter nascido em Minas

É preciso viver Minas

Percorrer as montanhas de Minas

Caminhar por suas vielas e vilas

Decorar a arte de Aleijadinho

À luz das idéias dos inconfidentes

Se reconhecer na poesia de  Drummond

Viajando nas veredas de Guimarães Rosa

Só reconhecendo os limites humanos

Nos vôos impossíveis de Santos Dummont

Minas é assim espinho e flor

Um Belo Horizonte para toda a humanidade

Bálsamo que cura da alma qualquer dor

Por isso Minas criaram asas

E tornou-se parte do infinito

Minas é mais que nação

Minas é a estação

De onde partem os trens

De todas as histórias

domingo, 22 de janeiro de 2017






                     USO E ABUSO





Você chegou

Jurando amor.

E eu que lhe amava

Tanto, entrei no jogo

Sem saber que depois

O pranto seria maior

E mais intensa a dor.



Fui jogado fora

Como se joga

Um papel de bala

Inútil

Sem seu doce conteúdo





O vento

Para longe arrastou

O resto de vida

O sonho de amor

Que antes habitava meu ser.













            A CIDADE E SEUS HOMENS






 A cidade acorda

O dia ainda briga com a noite

Começam as horas de alegria e açoite

Homens-formigas  que vêm e vão

Pelos caminhos rotineiros

Solitários, preocupados, companheiros,

Sempre à procura do pão diário.



Um bom dia ali, um olá de lá

No primeiro boteco uma cachaça antes do batente,

Rostos tristes se fazem passar por contentes

À mostra estão a marcas das preocupações .

É o pão de cada dia, a educação do filhos,

O aluguel, a água, energia elétrica, taxa de lixo, gás

Imposto disto e imposto daquilo,

Preocupações continuas e intermináveis.

Rádios gritam as notícias.

Máquinas apitam seus movimentos.

Homens robôs e seus forçados pensamentos

Fazem a rotina continuar.





Prédios se levantam, casas se derrubam,

Estradas e ruas se asfaltam,

Casebres que surgem nas favelas,

Pontes que dividem populações

Ruas cortando corações

Num eterno e constante formigar.





Os partidos dividindo multidões,

Consciências divididas por ideologias.

Misérias e luxo batendo às portas,

Fome de fome chegando nos fogões,

Fim de sonhos, a realidade é nua

E alimenta suas maldiçoes.



A poluição sufoca seres já sufocados,

O padre prega sua mentira de cada dia,

O  pastor vende em leilão sua santa mercadoria,

A falta de espaço fabricando a especulação

                                                             Imobiliária

A policia defendendo seus ladrões e prendendo

                                                               Inocentes,

O político pregando suas falsas e velhas promessas

E as discriminações continuam ditando velhos

                                                    Ditados

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017


              A RAZÃO DE TUDO








 

 

 

A minha poesia

Viajando no mundo

Levando meu grito mudo



A minha fantasia

Habitando nossa cama

Independente da fama



Na poesia solto

Meu grito sufocado

Em teu corpo soletro

Meu amor declarado.

domingo, 15 de janeiro de 2017














         SOLIDÃO III






Quatro paredes

o meu corpo

está aquém

do meu quarto





Mil células

o meu quarto

está além

do meu corpo





E o mundo ensolarado

nem a janela reconhece.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017


                   NOVA MESSE






Vou sentar no tempo e esperar

A vida passar nesta terra estranha

O homem de insignificância tamanha

Conta seus cifrões

Na luz solar do ouro

Nunca pensa na primazia do amar





Vou passear no tempo e esperar

O amor chegando no campo semeado

As flores e frutos pelos homens colhidos

Seja sinal da valorização humana

A lua dos sonhos iluminando o mundo

Em tudo seja primeiro o amor.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017








         COLHEITA










é somar nossas espécies

com as estrelas

buscar o planeta

ideal

e infinitamente

desejos e sonhos

semear







é buscar o mar

mergulho de almas

em sólidos atos

colher os frutos

amar