quarta-feira, 28 de dezembro de 2016






         PEQUENO PERFIL DA TERRA NATAL




Verde

paz

e muito

mais





antigüidade

arte

em toda

parte





nas esquinas

liberdade

meninos, meninas

felicidade





Piracicaba

rio

que passa

com graça





na praça

igreja matriz

velando

povo feliz




São Benedito

milagreiro

 festança

em janeiro





alegrias

constantes

conhecer

Antônio Dias





três séculos

 história

reconhecida

sua glória





é muito

mais

que  verde
e paz

domingo, 25 de dezembro de 2016


         natal antigo




Era manhã de minha vida

e eu lia e compreendia

o significado da reunião familiar.



O presépio por minha mãe armado

a esperar paciente pela meia noite

para ver Cristo nascer.

      

Trazíamos a história até nós !

 

Não havia peru assado

nem doces

nem balas.

Não havia presentes,

não havia ilusões.



Havia sim um mundo de alegrias,

olhares contemplativos

em preces silenciosas

aguardando o nascimento de Jesus.



Para todos o parto acontecia naquele instante

e não há tanto tempo passado.



Iluminados pela lamparina

em cada olhar havia

um  milhão de dias

em carinho e irmandade.



Havia paz !



Todos sentíamos felizes

e adormecíamos com o coração em festa.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016






             SER OBJETO







Ficar esquecido

No quarto de dormir

Entre o céu e o inferno



Ficar desligado

No mundo do vim e ir

Como ser interno



Ficar paralisado

Na rua do florir

No sonho externo



Ficar intrigado

Com o chegar e o partir

Enfiado num terno



Ficar embriagado

Até cair e fugir

Das palavras no caderno.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016




       SEMPRE





Sorrateiramente

Entrei em tua vida

E vi que a luz se fez

Em meu caminho







O meu horizonte

Antes terra esquecida

Se produziu de vez

Nos braços do teu carinho







Seguindo em frente

Vejo a estrada florida

Não há mais escassez

Não mais estou sozinho

terça-feira, 6 de dezembro de 2016




             NOSSO FUTURO








Corre  o tempo.





Tudo passa

Desejos, amor, vida

Data esquecida





Memória escassa

Não consegue

Em nenhum momento

Acordar o ontem



O passo segue

Duro cimento

Na missa, aragem





Estiagem

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

                          JUIZO FINAL



Trago a tristeza e a solidão nas mãos
danço a vida ao ritmo de velhas canções
que falam de abandono e desespero

Sou assim
nada de cores e flores
e perfumado jardim

Nunca mais haverá festa
usarei pela ultima vez o traje de gala

A morte que tudo cala
é o tudo que me resta

Meu sonho primeiro
minha realizável utopia
é a escuridão que tudo silencia

E que todos brindem
à minha ultima sinfonia.

                              Jogema

quinta-feira, 24 de novembro de 2016


              MORRER




Secam-se

Os movimentos

No jardim



O perfume

Foi assim

Perdido



Isento



Não há

Débito

Crédito



Só um nome

Apagando-se

Lentamente



Um dia

Acordando

Sem nuanças



Desfaz

Mansamente

As lembranças

segunda-feira, 21 de novembro de 2016




        IDÍLICO NÚMERO 1











Ainda sinto teu hálito

A me fazer carinho. Teu olhar

A  me trazer paraísos. Habito

Tua geografia como um quintal

Onde reconheço cada parte do lugar.

O teu falar, intimo e universal,

Deixa-me embriagado a sonhar

Com um jardim de ilusões.

Cada gesto teu relembrado

Diz-me que nossos corações

Estão eternamente colocados

Lado a lado. Não há como separar

Tua vontade do meu querer

E nossos corpos demonstram saber

De nossa sintonia. Não consigo deixar

De pensar da necessidade tamanha

De contigo, dia e noite, estar.

Sem você a vida é toda estranha.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016




      CRÔNICA CAPITALISTA






Os pássaros famintos

Bicam o asfalto

Até que a morte

Os faz levantarem vôos

Levando consigo

Sonhos

Ambições

Desejos

E o asfalto

Intacto

Continua a ludibriar

Outros pássaros

Famintos

sábado, 12 de novembro de 2016


                MO(vi)MENTOS

                   



Agora nada mais falo!

Mas as vidas são continuas

E há movimentos em todas as ruas

No instante em que me calo.



Nada é mais controverso

Do que o poeta aposentar sua pena

Deixando em branco toda cena

Como possível fosse calar o universo



Mas a vida é feita de mo(vi)mentos

O hoje nunca se repete no amanhã

Os sonhos se unem aos sentimentos

Fazendo o verso ultrapassar  Canaã



E mesmo que a boca se cala,

O sol atinge terra e mar.

O luar faz cristão e ateu sonhar...

A boca emudece, o coração fala!

sábado, 5 de novembro de 2016


        TATUAGENS







Quero tatuar estrelas em teu coração.

Ele é minha morada

E desejo muito um paraíso.



Quero tatuar uma lua em teu coração.

Ele é minha fachada

E de muita claridade eu preciso.





Quero tatuar um sol em teu coração.

Ele é minha estrada

E de um guia eu necessito.



Quero teu coração assim tatuado

Com nosso mundo particular

Para que a felicidade possa entrar





Somos deuses e temos nosso mundo recriado.

domingo, 30 de outubro de 2016


                ENTREGA








Caminhar

Por tuas estradas

Tortuosas



Explorar

Tuas curvas

Sinuosas



Saciar

Todo deserto

Em teu olhar



Invadir

Teu pensamento

Teu olhar



Descobrir

Por onde anda

Teu coração



Entregar

Minhas forças

Em tuas mãos









E chegar

Ao paraíso

Em deleite





E paixão

domingo, 23 de outubro de 2016


           DECEPÇÃO








Desejei ser guia

Passar pelo norte

Encontrar alegria

Sol brilhante

Em qualquer dia



Desejei ser ponte

Atravessar o açoite

Penetrar na harmonia

Ser a fonte

Que a sede sacia



Desejei ser o mundo

Servir-lhe de abrigo

O bom aconchego

Descobri, num segundo,

Fui deserto e cego



Pedra pode ter dureza

Mas nunca terá beleza.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016




         FILOSOFIA DE UMA NOITE DE INSÔNIA







Viver sofrer querer poder

Será sempre viva a vida

Toda medida é descabida

Para medir o valor do ser





No silencio sonhar sincero sorriso

Esquecer a dor da vazia rua

Difícil buscar na batalha dura

Além da procura o caminha conciso





Nascer crescer produzir morrer

Parece pouco que a vida oferece

Não ir com o vento a bel prazer

Tem sabedoria se tudo agradece.

terça-feira, 18 de outubro de 2016




        ESPAÇONAVES DE PAPEL





 A nave

Risca

O espaço

Buscando

Os céus

Imaginários.

Muitos astronautas

Embriagados

Pelo amarelo solar

Apagam estrelas,

Deixam seqüelas

No infinito.

Mas nós

Do prazer

Visionários

Somos domadores

De infernos e purgatórios,

E queremos alcançar

O Monte Olimpo.

domingo, 16 de outubro de 2016


 
         
  OBJETO DIRETO





O que importa o céu azul...se tenho o infinito

O que importa o mar aberto...se reconheço 

                                                    o horizonte

O que importa o jardim... se faço o colorido

O que importa o Cruzeiro do Sul... se

                                            encontrei o luar

O que importa o passo certo... se somos

                                                         a Fonte

O que importa o inicio  e o fim...   já tendo

                                   O objetivo atingido



Se todos os meus desejos

             Não estão nas estrelas

             Nem no sol a brilhar





Quero sim abertas todas as janelas

             Para ver meu amor passar

            Em meio a sorrisos jogar-lhe beijos.

domingo, 9 de outubro de 2016


 


 


                BAIXO  ASTRAL










Olho o horizonte...

Uma etérea nevoa

Esvaece-se ao vento

Perene

O rio de lágrimas

Corre

Por inimagináveis leitos

Sem destino


terça-feira, 4 de outubro de 2016






         BELEZA










Num momento infinito

O brilho do céu

Em todo é azul.

Norte ou sul

A vida é mais bela

Em cada janela

Que se olha

A criação do universo.

         INTERIOR






Sou

Uma

Cor

No            Sou

Sol           Luz

De            Na

Luz           Cor           Na

              Do            Cor

              Sol           Que

                            Tem

                            A                                                 

                            Flor

segunda-feira, 26 de setembro de 2016


  RECADO PICHADO EM MURO











Quem me perdoem

Os crentes

Mas nós, os céticos

Buscamos os horizontes

Perdidos

Porque ainda acreditamos

No amanhã

quinta-feira, 22 de setembro de 2016


         POEMETO






O amor

É flor

No jardim

Sem fim



É sol

Raiando

Rouxinol

Cantando



A cor

O fruto

O culto





E tudo

No mundo

É amor

         POEMETO






O amor

É flor

No jardim

Sem fim



É sol

Raiando

Rouxinol

Cantando



A cor

O fruto

O culto





E tudo

No mundo

É amor

segunda-feira, 19 de setembro de 2016




    AINDA RESTA UMA ESPERANÇA






No caminho escolhido

A parada forçada

O lápis calado

O sorriso destruído

O caminho asfaltado

Que não leva a nada

O verde consumido

A terra seca, deserto fabricado

A estrada à frente

É só escuridão.



Não ouço o galo cantar!



O canto calado dos pássaros

Deixa-me sem palavras

Um Saara a me rodear

Tracejado de estradas

Nem um único oásis

Leva-me a seguir caminho.



Nunca encontrei motivo

Para ser feliz



Desejo o ponto final ...

Mas ainda tenho esperança

Que antes da hora fatal

Chegue o fim da andança

E da procura.

      

domingo, 11 de setembro de 2016




     SANGRANDO








Tenho as mãos ásperas feridas

Muitos obstáculos

A serem desfeitos

Em busca de teu olhar



São tantas pedras escondidas...



Consulto cartas, búzios, oráculos

Lamentos e orações, nada tem efeito

Este coração só sabe te amar.

sábado, 3 de setembro de 2016


              CORRENTEZA






Um rio caudaloso

De lembranças

E lições

Corre para o mar.



Deste rio necessita

O agitado mar

Para se alimentar

E parir

Um céu de desejos

E incertezas

Que todos nós

Avidamente buscamos



Afinal a morte

Está logo ali

Para ser vivida

Com toda solidariedade

Que a ocasião

Requer.

domingo, 28 de agosto de 2016


   AMIZADE SINCERA








Quem encontra um amigo

Encontra um deus

Que sabe reconstruir o mundo



E todos os fantasmas se vão

Deixando o silencio

Necessário para ouvir a canção.

terça-feira, 23 de agosto de 2016


   EU








Eu copio-me

Noite

E sigo criando

Dias

Que não existem



Realidade ou sonho

Ninguém saberá

Responder

Nunca sei

me descrever



sombra

durante o dia

desfaço-me

á noite

para renascer



existo

sem nunca

ter sido

quarta-feira, 17 de agosto de 2016


NATUREZA HUMANA










Meu ser é um universo sempre dividido

Entre o bem e o mal há infinitas possibilidades

No sono sonho que anjos invadem meu mundo

Quando acordo o demônio revela minha realidade



É um rio caudaloso a separar coração e mente

Uma mão vive para a caridade, a outra para a maldade

É assim o humano que não limita seu horizonte



Tudo é possível, tudo é legal, é permitido.

Quero alcançar o sol e também abraçar a lua

Fazer o que o diabo gosta deixa Deus aliviado

Céu e inferno tem na alma seu espaço finito.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016


TATUAGENS






Em meu corpo

As marcas do teu corpo

Em minha alma a eternidade

De teu sorriso contagiante



É pura agonia

Agüentar mais um dia

De tua ausência



Reclama a vida

A outra metade

De minha existência



Em meu corpo

Marcas do teu corpo

Em minha alma

A imagem eterna

De teu indispensável

Sorriso.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016


REINO ANIMAL






Ah! O homem

Esse ser animal

Que se diz racional

Por isso mais predador

Que os demais.

Que faz a guerra

Para dizer que quer a paz

Que inventa jogos e paixões

Cria vida virtual e outras ilusões

Que cria deuses

À sua imagem e semelhança

E domina seus semelhantes

Sem culpa ou benesses



Ah! Os homens

Esse ser fantástico

Tão inteligente e tão arbitrário

Que reza aos céus

Quando se diz com a razão

Mas traz o erro eterno

De julgar com a mente

E nunca com o coração

E ver cada vez mais longe

Um novo horizonte.




Ah!  Esses homens!

Ontem, hoje, sempre

O rei do universo

Seguindo miragens

Para cantar em prosa e verso

Heróis e traidores

Como o mesmo senso de adoração

Rotineiramente sabedores

De sua humana limitação



Ah! Os homens...

A benção e a desgraça

Do ínfimo lampejo infinito

Chamado vida.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016


GENESIS




                    

                 I



Ofereço-te

Meu corpo nu

Para que possa explorá-lo

Em toda sua extensão

De norte a sul

Leste a oeste

Decifrando sua geografia

E principalmente conhecer

Suas ilhas incógnitas

Que lhe preconizam o prazer

Todos os segredos

Todos os relevos

Lhe serão revelados

Para que possa comê-lo

Como bem entender

E até mesmo

Nada fazer





                       II



Ofereço-te

Meu impenetrável interior

Para que nele possa abrir

Estradas

E caminhar como senhora

Na criação do que serei

Amanhã

Você moldará meu espírito

Como uma deusa infalível

E nele soprará

Toda vida que necessito

Até que o pecado venha

Corromper-me

E eu seja expulso

Do teu coração

Ai virá lamentos

E séculos de expiação.