quarta-feira, 20 de maio de 2015

ASAS CORTADAS



O tempo abre mais feridas
No querer de minhas asas
O vôo em busca de nuvens brancas
Não encontra abrigo e casa.


Só desejo aquele olhar
De quem tem o amanhã e suas vias
A vida não pode abrigar
Feridas mal ou ainda não cicatrizadas.


Se cada hora as lágrimas
Faz enxurradas nos caminhos
Levando esperanças e lamas
Mas não retirando os espinhos.


Minhas asas cada vez mais feridas
Não encontra abrigo e casa
Um caminho de nuvens brancas

Em tempo de harmonia e brasa.

domingo, 17 de maio de 2015

A VIDA NÃO TEM LIMITES



Tenho os olhos perdidos no infinito
Duas flores que se abrem aos sois
Meus planetas movimentam os girassóis
E o céu se faz mais azul e bonito.


A canção das cachoeiras lava os pecados
Os pássaros espalham perfumes e cores
Saber saborear o tempero dos amores
É mais que trilhar os sonhos realizados


Se amanhã meu olhar os sois perder
Não devo lamentar. O infinito é meu lar.
Outra ilha de girassóis saberei encontrar

Minha alma nunca soube o que é perecer.

sábado, 9 de maio de 2015

DIA DAS MÃES


         Não
Não posso deixar
Em branco papel
Neste dia abençoado
Que traz gratidão a granel
Para agradecer e lembrar
O amor personificado


         É
Preciso dizer. E digo
Com muita sinceridade
Dos meus sentimentos
Tive sempre a felicidade
De nos meus lamentos
Em você encontrar abrigo


         Assim
Fica meu agradecimento
A quem amor espelhou
Ensinando-me a ser feliz
Não há esquecimento
Digo seu nome com fervor

Josefina Martins de Assis.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

ASSIM COMO QUEM ADORA A VIDA


Construa tua cruz como altar
Assim como quem adora a vida
Não importando quem sejas
Não importando onde estejas


A vida é um ato para quem ama
Adorar o jardim sem negar os espinhos
Lançando flores pelos caminhos
Não importando quem sejas
Não importando onde estejas


Não importa quem sejas – viver é tudo
Não importa onde estejas – o mundo é o lar
Inicia-te em palavras e perfumes e horizontes

Assim como quem adora a vida.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

POESIA URBANA


A cidade é assim
Um misto de prazer
E decepção
Em cada esquina
Um sabor de gasolina
Respira meu coração
E transpira um jardim
Que se perde por ruas
E becos e avenidas
Sem receber um sim
Onde foram parar
As vidas
Que todo fim de tarde
Sentavam na praça
Com humor e alarde ?


A lua que nunca vejo
Abençoa-me o beijo
Com sabor de morango
Aquele desejado abrigo
Perdeu-se no arranha-céu
Que se construiu no parque


O verde, abençoado pelo céu,
É agora uma lembrança
Pintado em algum logradouro
Da nossa humana mente

Nada humanamente.

domingo, 3 de maio de 2015

EM BUSCA DO SONHO PERDIDO



A chave está com o
          Poder econômico
A porta é guardada pelos
          Banqueiros
A História é contada pelos
          Fazendeiros
Toda existência se resume em
          Obedecer
Sem subversão jamais

           Chegaremos ao céu.

sábado, 2 de maio de 2015

HERANÇA DO SÉCULO XX


Foi-se o tempo de sorrisos e sol.
A lua rabiscada nos muros
Está apagada igual o futuro.
Não há mais flores na rua
Nem mesmo um solitário girassol.
Há escombros e canhões no presente.
Há história apagada e agora ausente.
Há prantos que correm pelas calçadas
Choros daqueles que lutaram pelo céu.
Há monumentos cegos dos capitalistas
E os méritos soterrados dos comunistas
E ninguém, por respeito, para tirar o
                                                chapéu.
Há um vale de sonhos esquecidos
Nas montanhas do planeta terra.
Não, não mais encontramos os perdidos
Soldados que teimaram em continuar a
                                                    guerra
Do lucro fácil, da opressão e da miséria.
Foi-se o tempo de luas claras nas bocas
E os sorrisos rabiscados nas mentes

                                                 loucas.