terça-feira, 24 de março de 2015

NOÇÕES BÁSICAS DE SOBREVIVÊNCIA



respeita-se o sonho e a loucura ...

nem só de números e letras
vive o homem.
Não é só de cimento, pedras,
e tijolos que se ergue um lar.

respeita-se o caminho e a procura...

feliz e o vivo é o homem
cujo sonho sonha alcançar
braços cruzados e boca fechada
não chega a nenhum lugar.

respeita-se o querer e a aventura...


                                    ... a eterna busca. 

domingo, 22 de março de 2015

O POETA E A NECESSIDADE DO SONHO



Se o homem ouvisse o coração
se obedecesse somente a razão
dor e lamentos não existiriam mais
e com certeza pousaria a paz.


Se em vez de pedras no caminho
por onde passa e passará o irmão
o homem semeasse flores
teria fim toda opressão
a rosa supriria o espinho
o mundo se inundaria de amores.


Se em vez de palavras, ações
se em vez de lágrimas, sorrisos
não haveriam semblantes aflitos
nem passos incertos nas orações.



Se em vez de competição, abraço                                                    
se em vez de desespero, agradecimentos
se em vez de explorar o infinito do espaço
o homem explorasse seu interior
seriam outros os acontecimentos
sucumbiria a morte, triunfaria o amor.



Se o poeta não sonhasse divagando
ou não divagasse sonhando
com certeza todo flor estaria morta
e fechada estaria qualquer porta.


Mas enquanto o poeta sonhar há esperança...

 





quinta-feira, 19 de março de 2015

POETA MARGINAL



sob o luar repousa a insônia
no manto sagrado do viver
em doce querer  a eterna glória


não mentir
escrever palavras banais
e partir
entre o sarcasmo alerta sorriso
a mistura de terra mar ar


nestas águas de aplausos falsos
o espírito auto esmola felicidade
o prego crava na linguagem sua mudez
e outra vez
anoitece


sob o luar repousa toda poesia
na insônia dos espíritos viajantes
mesmo que a glória seja um horizonte
distante
  

a dor sempre presente
fere carne e alma
na ilusão de um amanhã

                     sol raiando calma

                                    e paz.

terça-feira, 17 de março de 2015

A JOÃO CABRAL




Entre o Nordeste
e a Espanha
um misto de filha
e esposa
reescrevendo a natureza.
mística Servilha
severina Recife.
De leste a oeste
o sertão se entranha
torna-se mundial
onde se encontra
mais que mil

único Cabral.

segunda-feira, 9 de março de 2015

A CARLOS DRUMMOND




No vale itabirano
metade lágrimas
metade esperanças
o semi destruído
Monte Cauê
não mais escuta
tuas crianças
sutis criações
de tua caneta.
Os homens esqueceram
de meditar o poder.
Continuam
cem por cento ferro
bruto.



sexta-feira, 6 de março de 2015

SAUDADE




Nos verdes prados
galopa infância.
Sorrisos redescobertos
nos túneis abertos
pela saudade.
Momentos de felicidade
que a idade
não consegue desfazê-los.
Veias abertas
onde o riacho corre mansamente
e o menino nele se banha
revigorando
para o desafio de viver

o tempo presente.