quinta-feira, 28 de março de 2019


         SÉCULO XXI

O mundo de progressos me assusta,
tanta miséria do caminho afora.
Fico incrédulo. Penso aqui e agora
luta homem versus natureza é injusta.


Sim ! Acabará a vida sem demora.
Verde com máquinas nunca se ajusta.
A criação de Deus não é mais augusta,
loucuras mil cometidas a toda hora.


Tantos esqueletos famintos na sarjeta.
tantos desertos se formando no planeta.
Tantas guerras! E a paz, que a vida namora,
Cansada, desiste de lutar pela vida e vá embora.


A competição pelo ouro é tão louca,
a esperança de salvação é tão pouca.
Amanhã talvez não haja mais aurora...
Amanhã talvez não haja mais história...


           Magno Assis

domingo, 24 de março de 2019

         ENTREGA

Chego
Descubro teu rosto
Teu corpo
Teu olhar
Num segundo
Vejo teu sorriso
À primeira vez
Te amo, me apaixono.

Muitas vezes retorno
E sempre procuro
Teus braços
Em noite clara e dia escuro
Não importa
Há sempre uma porta
Que ao atravessá-la
É só prazer.

Não quero partir!
Meus desejos
São teus beijos
De corpo e alma
Entrego-me
Neste sentimento
Que em meu peito
Carrego.

Às vezes tenho nome
E teus lábios pronunciam
Outras vezes sou
Algo mais que um olhar
Bêbado de amor
Que te consome
Nos caminhos da vida.


        Magno Assis

segunda-feira, 18 de março de 2019

         NO TEMPO CERTO

A harpa toca aos céus
A música suave da noite
Na escuridão do teu olhar.

Outono. O verde desfaz-se
nos vales. A aridez é a dona
de tudo. O vento sopra levando
por terras distantes a beleza
dos sonhos  que rega a vida.
Não te aflijas! A primavera
virá no seu tempo. E todo
colorido da existência brilhará
sobre os céus.


            Magno Assis

domingo, 17 de março de 2019


         LÂMINA AFIADA




A paixão

É faca amolada

Que rasga a carne

Até atingir a alma

 

A paixão

É navalha afiada

Que rompe o hímen

Da virgindade sentimental

 

A paixão

É agulha de fina ponta

Que leva dor e prazer

Ao coração


               Magno Assis

sábado, 16 de março de 2019

         SIMPLES POETA



Na opulência do mundo sou nada
E o mundo em mim é nada

A chave que fecha as portas
Não fecha minha simples cancela

Quando choro minhas lágrimas
Provoca enchente maior que o dilúvio

Tudo sobre a terra pode modificar
Mas meu ser continuará o mesmo

O poder da bomba atômica
Em nada ultrapassa meus pensamentos

Sou uma visão sempre aberta
Sou simplesmente poeta

           Magno Assis

quarta-feira, 13 de março de 2019


         PESOS E MEDIDAS

 

Que pese meu pé

E minha dor

Nesta estrada

De indefinível cor

 

Chega-se lá quem tem fé!

 

Que pese minha fala

E meu rancor

Neste róseo mar

De intragável sabor

 

Chega-se lá quem nunca cala!

 

Que pese minha vida

E meu calor

Nesta funda sepultura

De insondável furor

 

 

Todos chegaremos aqui

Apesar da medida descabida.