terça-feira, 28 de novembro de 2017


DESTINO




                    I

O que deveria ser

Vastidão verde

É sempre tão desértico

Como a tarde

E em sua eterna presença

Mal o sol brilha

A noite tudo enegrece

Mal que a alma padece

Não tem cura

Nunca haverá salvação!

Vai andarilho

Percorrer estradas sem fim

Amanhã não haverá ida

E o olhar perdido

Manchar-se-á

De nuvens e trovões

É Antonio Dias que desaparece

Da memória e fotografias

Para quem nasceu

Burro de carga

Assis morrerá

A porta para a felicidade

Nunca abrirá.





              II



A vida não me mostrará

Outros caminhos

Pelos quais trilhar

Diferentes horizontes

Fico a mirar

Mas nunca sei

Como lá chegar.



O meu viver se exilou

Numa terra de espinhos

Prisão difícil de escapar

Como seguir em frente

Se nunca sei onde pisar

Mesmo sem fé pelos cais orei

Nem deus pode me orientar



A vida não quer entregar

O direito de viver e  sonhar.


                              Magno Assis

quinta-feira, 23 de novembro de 2017


CAI A LONA

Antônio Dias ficou
na lembrança
da infância
deixei os meu sonhos
no alto da montanha
e desde então
o desespero me acompanha
a minha vida
que o Rio Piracicaba levou
não sei para onde
agora, peregrino errante
não sei em que porto chegar.
Caminho já não há !!!
tudo vai se embaraçando
na retina do passado
tudo que restou
uma existência sem sabor
um palhaço desolado.


               Magno Assis

sábado, 18 de novembro de 2017


RENDIÇÃO








Minha pena está calada

Da luta e da guerra está cansada

Sem horizontes, janelas, quintais

Anseia por um minuto de paz.



Calar-se, sempre é o morrer

Neste país do carnaval e futebol

Não faz abrir, para todos, o sol

Não traz a realização do querer.



Morrer. Morrer assim tão completamente

Que depois do coração parar

Nada, nada mais sobreviverá

Nem uma palavra

         Um sonho

         Uma vontade.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017




MENINO






Pela rua deserta

Passeia o menino

E a lua

Companheira de destino

Outro astro desfigurado

Traz luz de outro alguém

Não vence nuvens

Não convence estradas.

Há outros mares

A serem navegados

As ilhas exploradas

Continuam mudas

Os arquipélagos inexplorados

São tantos

E o menino

Não construiu as pontes

Para o adulto explorar

Todas as ilhas e seus horizontes.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

HÁ DE TEMER O FUTURO

Acabou a festa !!!
O Brasil entrou na contramão
Foi aprisionada a alegria
Assassinaram a democracia
Do poder fizeram leilão
Uma parte para cada ladrão!!!

Direito que se dá e não se empresta
E o povo de pires na mão.

Acabou a festa!!!
O FMI de novo na praça
O arrocho encima do operário
O governo na mão de salafrário
Há de se Temer o futuro
O amanhã cada vez mais obscuro
Só para a elite há motivos de festa
Enquanto o país dorme na farsa.

Direito que se dá e não se empresta
E o povo de pires na mão.

               Magno Assis

sábado, 4 de novembro de 2017




ABC  DA  FELICIDADE




Auxiliar uns aos outros

Bendizer amigos e inimigos

Caridade com gostos e palavras

Doar-se sem esperar reciprocidade

Entusiasma-se com as dificuldades do caminho

Fazer do o mais importante que a fala

Garantir aos semelhantes os direitos sagrados

Honrar as amizades com louvor e retidão

Iluminar-se para radiar a luz e amor

Juntar bens e ouro nunca traz o paraíso

Lapidar velho sonhar para que torne realidade

Mudar de rota sempre que entrar-se no caminho errado

Não fazer aos outros os que não fariam a si mesmo

Orgulhar das vitorias com humildade

Praticar caridade sem esperar recompensa

Quando há tempestade ser o  abrigo  necessário

Recomeçar a cada dia com entusiasmo e alegria

 Semear no inverno para recolher na primavera

Tudo tem hora e vez, não apresse o destino

Utopia é possível quando há perseverança

Velar para que a paz nunca seja atacada pela guerra

Zelar pelo planeta e pela vida